O mês de outubro se apresenta como uma nova oportunidade para investidores no Brasil, especialmente após uma queda significativa do Ibovespa em setembro. Com um cenário em constante mudança, as ações de bancos, petroleiras e empresas do setor elétrico estão entre as mais recomendadas por diversas instituições financeiras. A CNN Brasil consultou as instituições Santander, XP, Ágora Investimentos, BTG Pactual, Empiricus e EQI Research, as quais destacam suas escolhas para o mês.
Queda do Ibovespa e sinais neutros
Em setembro, o Ibovespa enfrentou uma queda de 3,1%, gerando preocupações sobre a direção do mercado. No entanto, especialistas apontam que os sinais para o índice são neutros, com atenção voltada para a política fiscal e os próximos passos do Banco Central em relação às taxas de juros.
Além disso, o ambiente internacional, com possíveis cortes nas taxas pelo Federal Reserve (Fed), estímulos econômicos na China e tensões no Oriente Médio, também influenciam o cenário.
As ações mais indicadas
Entre as ações mais recomendadas para outubro, destaca-se o Itaú Unibanco: recebeu cinco indicações. A análise do Santander ressalta que o banco teve um segundo trimestre sólido, com previsão de aceleração na concessão de empréstimos em vários segmentos. No último relatório, o Itaú registrou um lucro líquido recorrente de R$ 10,1 bilhões, superando as expectativas.
Além do Itaú, outras ações se destacam com quatro recomendações: Petrobras, Eletrobras e Cyrela. Já as empresas Sabesp, Prio, JBS, Vale, Banco do Brasil e Equatorial tiveram três indicações.
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Setores em destaque
O setor bancário continua sendo um pilar fundamental para os investidores. A expectativa é que o Itaú, com sua sólida performance, continue a atrair investidores. No entanto, o setor petrolífero e elétrico também apresenta oportunidades, conforme análise da EQI. As oscilações nos preços do petróleo e nas commodities metálicas têm sido um desafio, mas o recente anúncio de pacotes de estímulos econômicos na China, os maiores desde a pandemia da Covid-19, pode beneficiar setores ligados ao país.
De acordo com a XP, as ações chinesas estão em um novo mercado em alta, o que pode influenciar positivamente as empresas brasileiras ligadas a esse contexto, especialmente as mineradoras.
Expectativas para o futuro
O Índice de Sentimento XP “Bull & Bear” indica um panorama neutro entre os investidores, mesmo após a queda do Ibovespa. Segundo a XP, a expectativa é de que os lucros das empresas do Ibovespa, excluindo commodities, cresçam 31% em 2024 e 16% em 2025. Contudo, essa previsão pode ser afetada por uma possível desaceleração da economia brasileira e pelo aumento das taxas de juros.
Política monetária e fiscal
Setembro foi marcado pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, atingindo 10,75% ao ano. O Banco Central justificou essa medida com a necessidade de controlar a inflação que se tornou uma preocupação maior diante da desancoragem das expectativas.
Enquanto isso, o Fed, por sua vez, tomou um caminho oposto ao reduzir as taxas de juros em 0,5 ponto, o que pode influenciar a dinâmica dos investimentos em mercados emergentes como o Brasil.
Desafios à vista
O governo brasileiro também enfrenta desafios fiscais. Recentemente, foi anunciado o bloqueio de R$ 13,3 bilhões em recursos, com setores como Saúde e Cidades sendo os mais afetados. A situação é descrita pela Empiricus como uma “tempestade perfeita”, elevando as expectativas de inflação e descredibilizando a política fiscal do país. Os preços das commodities agrícolas, impulsionados pela seca, têm contribuído para a inflação, e a escassez hídrica fez com que a bandeira vermelha de energia elétrica voltasse a ser acionada, aumentando as tarifas.
O cenário para o mês de outubro apresenta tanto oportunidades quanto desafios para os investidores no Brasil. A escolha de ações como Itaú Unibanco, Petrobras e Eletrobras pode ser uma estratégia eficaz, mas os investidores devem estar atentos aos sinais do mercado e às possíveis mudanças na política fiscal e monetária. O acompanhamento das tendências internacionais e a análise cuidadosa dos setores em destaque serão fundamentais para um investimento bem-sucedido neste período incerto.
Com o cenário se desenhando, os investidores têm a oportunidade de se posicionar de forma estratégica para capitalizar sobre as ações mais recomendadas, enquanto monitoram de perto os desenvolvimentos que podem impactar o mercado.
