Desemprego recua a 6,2%, menor taxa em 13 anos, diz IBGE

O desemprego no Brasil marca 6,8 milhões de pessoas desocupadas; dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua)

Os últimos dados sobre o desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trazem boas notícias para o mercado de trabalho brasileiro. A taxa de desemprego atingiu 6,2% no terceiro trimestre de 2024, encerrando em outubro. Isso significa que, atualmente, 6,8 milhões de brasileiros estão em busca de emprego. Esse número representa uma redução significativa em comparação aos trimestres anteriores, demonstrando uma melhora na situação do mercado de trabalho.

Gráfico mostrando a queda da taxa de desemprego no Brasil para 6,2%.
Taxa de desemprego no Brasil cai para 6,2%, menor nível em 13 anos. Dados do IBGE apontam recorde de ocupação e queda na subutilização |Foto: Reprodução/Freepik

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) revelaram um marco histórico no mercado de trabalho brasileiro: a menor taxa de desocupação desde o início da pesquisa, em 2012. Esse resultado inédito indica que a proporção de pessoas em idade ativa que estão procurando trabalho, mas não o encontraram, atingiu o nível mais baixo já registrado nos últimos onze anos.

Os dados do terceiro trimestre apontam para uma mercado de trabalho. A taxa de desocupação apresentou uma redução expressiva de 1,4 ponto percentual em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo 6,2%. Isso significa que 591 mil pessoas a menos estavam desempregadas em relação a 2023.

Ao compararmos com o trimestre anterior, a taxa também registrou queda de 0,6 ponto percentual, evidenciando uma tendência de redução do desemprego ao longo do ano. Essa melhora é um sinal positivo para a economia, indicando um aumento da atividade econômica e da geração de empregos.

De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil atingiu o seu menor patamar desde o final de 2014. Isso significa que, no período analisado, a quantidade de pessoas aptas e dispostas a trabalhar, mas que não conseguiram encontrar um emprego, foi a menor dos últimos dez anos.

Um outro dado relevante apresentado pelo IBGE é o aumento recorde da população ocupada no país. Com 103,6 milhões de brasileiros ocupados, o Brasil registrou um crescimento de 1,5% em relação ao trimestre anterior, o que representa um acréscimo de 1,6 milhão de novos empregos.

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o crescimento foi ainda mais expressivo, atingindo 3,4%, ou seja, 3,4 milhões de novos postos de trabalho foram criados. Nos últimos meses, a taxa de ocupação alcançou 58,7%, representando um crescimento de 0,8 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e de 1,5 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano passado.

Subutilização

Os dados mais recentes sobre o mercado de trabalho brasileiro trazem um sinal positivo. A taxa de subutilização da força de trabalho, que engloba pessoas desempregadas, subutilizadas (trabalhando menos horas do que gostariam) e desalentadas (que pararam de procurar emprego), atingiu 15,4% no terceiro trimestre, o menor nível para este período desde 2014.

Isso significa que 17,8 milhões de brasileiros se encontravam em alguma dessas situações, embora esse número represente uma redução de 4,6% em relação ao trimestre anterior e de 10,8% na comparação anual. A diminuição da população desalentada, que chegou a 3 milhões de pessoas, também é um indicador relevante, pois demonstra um aumento da confiança dos brasileiros em encontrar um emprego.

Segundo o IBGE, o percentual de desalentados (2,7%) recuou 0,2 pontos percentuais no trimestre e 0,4 pontos percentuais no ano.

Mercado de trabalho

Os dados do mercado de trabalho brasileiro para o trimestre encerrado em outubro revelam um cenário de crescimento e recuperação. O setor privado, em particular, apresentou um desempenho robusto, com um aumento de 53,4 milhões de pessoas ocupadas, o maior número já registrado.

Esse resultado positivo pode ser atribuído a diversos fatores, como a retomada da atividade econômica, a implementação de políticas de estímulo ao emprego e a melhoria do ambiente de negócios.

A formalização do trabalho também avançou de forma significativa, com um crescimento de 39 milhões de empregados com carteira assinada. Esse dado é um indicativo de que as empresas estão mais dispostas a contratar trabalhadores com direitos trabalhistas garantidos, o que contribui para a estabilidade do mercado de trabalho e para o aumento da renda da população.

No entanto, o crescimento do número de trabalhadores informais, que chegou a 14,4 milhões, é um sinal de que a informalidade ainda é um desafio persistente. Essa situação pode ser explicada por diversos fatores, como a dificuldade de as empresas encontrarem trabalhadores qualificados, a burocracia para formalizar um empregado e a busca por maior flexibilidade por parte dos trabalhadores.

O número de empregados no setor público é de 12,8 milhões, estável no trimestre e com alta de 5,8% (699 mil pessoas) no ano.

O Brasil registrou 25,7 milhões de trabalhadores por conta própria e 6 milhões de trabalhadores domésticos.

Informalidade

A informalidade no mercado de trabalho brasileiro continua sendo um desafio persistente. Segundo a PNAD Contínua, 38,9% da população ocupada, ou seja, 40,3 milhões de trabalhadores, estão na informalidade.

Essa taxa, que se mantém elevada há vários anos, é um reflexo da fragilidade do mercado de trabalho formal e da dificuldade de muitas empresas em cumprir as exigências da legislação trabalhista.

Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que a informalidade no Brasil está associada a menores salários, maior insegurança no emprego e menor acesso a direitos trabalhistas e previdenciários.

Rendimento

O rendimento real habitual, que é o salário médio após descontados os impostos e ajustado pela inflação, atingiu R$ 3.255. Isso significa que, em média, os trabalhadores brasileiros puderam adquirir uma determinada cesta de bens e serviços com esse valor. A massa de rendimento real habitual, por sua vez, representa o valor total de todos os salários pagos no país, já ajustado pela inflação.

Essa massa salarial cresceu 2,4% no último trimestre, o que indica um aumento na renda total dos trabalhadores brasileiros. Em um ano, o crescimento foi ainda mais expressivo, atingindo 7,7%. Esses dados sugerem uma melhora no poder de compra dos trabalhadores.

Leia também: 13º salário: como calcular o pagamento?

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