Juros altos afastam americanos da casa própria, apontam dados

A média das taxas de hipoteca já alcança 6,84%, conforme dados da Freddie Mac, marcando o sétimo aumento semanal em oito semanas

A alta dos juros está tornando a compra de imóveis nos Estados Unidos um desafio para muitos americanos. No passado, os juros para financiamento de imóveis eram bem mais baixos, mas nos últimos anos eles aumentaram bastante.

No final do ano passado, os juros chegaram ao maior valor em 20 anos. Depois de uma pequena queda, eles voltaram a subir e agora estão em torno de 6,84%, conforme foi revelado por dados da Freddie Mac, empresa do mercado de crédito e hipoteca dos EUA.

Gráfico das taxas de juros de hipoteca nos EUA em alta.
Os juros altos, que chegam a 6,84%, afastam americanos do sonho da casa própria |Foto: Reprodução/Freepik

Especialistas acreditam que essa alta nos juros vai continuar por mais dois anos. Essa situação está dificultando a vida de quem quer comprar uma casa, pois as prestações ficam mais caras. Com isso, muitas famílias americanas estão deixando de realizar o sonho da casa própria, já que o valor das prestações está além do que elas podem pagar.

O que dizem os especialistas?

Especialistas em mercado imobiliário preveem que os juros para financiamento de imóveis nos Estados Unidos permanecerão em patamares elevados nos próximos dois anos, com uma média estimada em torno de 6%. Essa perspectiva foi apresentada por Lawrence Yun, economista-chefe da Associação Nacional de Corretores de Imóveis, que descartou a possibilidade de um retorno aos níveis historicamente baixos de 3%, 4% ou 5%.

Essa previsão representa um desafio significativo para os americanos que sonham em adquirir a casa própria, pois significa que os custos dos financiamentos imobiliários continuarão elevados por um período prolongado. Com parcelas mais altas a serem pagas ao longo dos anos, muitas famílias poderão se ver impedidas de realizar o sonho de ter um lar próprio, o que pode ter um impacto duradouro em suas vidas.

Economistas do Wells Fargo projetam que as taxas médias permanecerão em torno de 6,3% até o final de 2025, mantendo-se próximas desse patamar ao longo de 2026. A Fannie Mae também revisou suas projeções, estimando uma média de 6,4% no próximo ano e 6,1% em 2026.

As vendas de imóveis, impactadas pelos altos preços e taxas, estão a caminho do pior desempenho desde 1995. Apesar de uma trégua temporária nos custos de financiamento neste ano, essa redução foi insuficiente para impulsionar as compras.

O que mais influencia esse cenário?

Outros fatores, como a possível alta da inflação, impulsionada por políticas econômicas do governo, podem manter as taxas elevadas. Economistas alertam que medidas como cortes de impostos e aumento de gastos deficitários poderiam elevar a dívida pública, forçando o governo a emitir mais títulos, o que pressiona as taxas hipotecárias.

O aumento recente das taxas também foi influenciado por dados econômicos robustos, que dificultam cortes nos juros por parte do Federal Reserve. Informações positivas sobre emprego e gastos no varejo elevaram os rendimentos dos títulos, puxando as taxas hipotecárias para cima.

Embora muitos consumidores estejam se adaptando a esse cenário, há preocupação sobre como as futuras gerações conseguirão lidar com esses custos. Nick Dus, de Indiana, comentou que ele e sua esposa aproveitaram uma taxa de hipoteca de 2,75% durante a pandemia, mas teme que seus filhos não tenham a mesma oportunidade.

Ainda assim, uma economia forte traz benefícios, como o aumento do estoque de moradias e a geração de empregos, que ajudam os consumidores a enfrentar os custos mais altos. Yun destaca que, embora as taxas permaneçam em torno de 6% no próximo ano, fatores como empregos estáveis e o crescimento da oferta de imóveis podem impulsionar o mercado.

A adaptação a essa “nova realidade” pode levar os consumidores a aceitarem taxas entre 6% e 7%, com a saúde do mercado de trabalho e o aumento da formação de novas famílias como possíveis motores para o reaquecimento do setor imobiliário.

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