Em dezembro de 2024, São Paulo registrou o preço médio mais elevado de aluguel por metro quadrado no Brasil, com R$ 57,59/m². Para um imóvel de 50 metros quadrados, o valor médio de locação ficou em R$ 2.879.
O Índice FipeZAP, que monitora o preço médio de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras, incluindo 22 capitais, destacou que o preço médio de aluguel foi de R$ 48,12/m² no mesmo período. Importante ressaltar que o índice leva em consideração apenas novos anúncios de aluguel, excluindo a correção de contratos já existentes.
As cidades que seguiram São Paulo com os maiores preços médios de aluguel foram:
- Florianópolis (R$ 54,97/m²)
- Recife (R$ 54,95/m²)
- São Luís (R$ 52,09/m²)
- Belém (R$ 51,83/m²)
- Maceió (R$ 51,51/m²)
Teresina foi a cidade com o aluguel mais baixo por metro quadrado, registrando R$ 22,49/m². Para um imóvel de 50 metros quadrados, o valor médio de aluguel foi de R$ 1.124,50.
O Índice FipeZAP fechou 2024 com uma alta acumulada de 13,50%. Embora significativa, essa variação representou uma desaceleração em relação aos dois anos anteriores, quando a valorização foi de 16,55% em 2022 e de 16,16% em 2023.
Quando comparado aos principais indicadores de preços da economia brasileira, o resultado final de 2024 foi superior às variações do IPCA/IBGE (+4,83%) e do IGP-M/FGV (+6,54%). Isso indica que o aumento no aluguel residencial foi muito maior que a inflação registrada por esses índices.
42,2 milhões de pessoas vivem em imóveis alugados
O número de brasileiros morando em imóveis alugados teve um aumento expressivo nas últimas décadas. Segundo o Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 42,2 milhões de pessoas, o que corresponde a 20,9% da população, vivem em imóveis alugados, refletindo mudanças significativas na forma de habitação no país.
Esse crescimento é notável quando comparado aos anos 2000, quando apenas 12,3% da população estava nessa situação. Em 2010, esse índice subiu para 16,4%, e agora alcança um novo patamar. O Censo também revelou que 16,1 milhões de domicílios no Brasil são alugados, representando 22,2% do total de domicílios permanentes.
Um dado curioso do levantamento é a forma como a participação dos imóveis alugados seguiu uma trajetória em “V”. Após uma queda entre 1980 e 2000, o percentual voltou a subir de maneira constante. Em 1980, essa participação era de 21,2%, um valor ligeiramente inferior ao registrado em 2022, quando o aluguel se consolidou novamente como uma opção importante de moradia.
Panorama regional e municipal
O estudo revela grandes diferenças na distribuição de moradores que escolhem o aluguel nas diversas regiões do Brasil. A maior concentração de pessoas que vivem em imóveis alugados foi registrada no Centro-Oeste, com 26,7% da população, seguida pelo Sudeste (23,5%), Sul (21%), Nordeste (16,8%) e Norte (14,9%).
Entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, Balneário Camboriú, em Santa Catarina, ocupa o primeiro lugar, com 45,2% da população residindo em aluguel. Em contraste, Cametá, no Pará, tem o menor índice, com apenas 3,1%. Um dado curioso é que, em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, mais da metade da população (52%) vive em imóveis alugados, tornando-a a única cidade com essa característica.
Perfil dos inquilinos
A escolha pelo aluguel também varia conforme a faixa etária. A maior concentração de locatários é observada entre os jovens de 25 a 29 anos, com 30,3% dessa faixa vivendo em imóveis alugados. À medida que a idade avança, essa porcentagem diminui, alcançando apenas 9,2% entre os indivíduos com 70 anos ou mais.
Apesar do aumento no número de aluguéis, a maior parte da população brasileira ainda reside em propriedades próprias. De acordo com a pesquisa, 72,7% dos brasileiros vivem em casas ou apartamentos de sua propriedade, embora esse índice tenha diminuído em relação ao ano 2000, quando era de 76,8%.
Desafios e oportunidades no mercado de aluguel
O crescimento no número de brasileiros que escolhem alugar imóveis está ligado a uma combinação de fatores econômicos, culturais e sociais. Com os preços elevados dos imóveis e as dificuldades para acessar crédito imobiliário, o aluguel tem se mostrado uma alternativa viável, especialmente para os jovens e aqueles que vivem em grandes cidades.
Entretanto, o mercado também enfrenta desafios. A inflação e as altas taxas de juros afetam tanto os proprietários quanto os inquilinos, tornando as negociações mais difíceis e tornando o aluguel uma opção menos acessível para algumas pessoas.
Apesar disso, para investidores e proprietários, o aumento da demanda por aluguel representa uma oportunidade. Cidades como Balneário Camboriú e Lucas do Rio Verde, que têm uma grande quantidade de imóveis alugados, destacam o potencial do mercado em locais estratégicos.
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