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Copom adota postura cautelosa na condução da política monetária com a Selic em 10,5%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se prepara para uma decisão crucial sobre a taxa Selic

A expectativa do mercado é de que o Copom mantenha a taxa inalterada, sinalizando uma pausa no ciclo de cortes que vinha sendo praticado. Essa decisão, que deve ser unânime entre os diretores, reflete uma postura cautelosa em meio a um cenário econômico desafiador.

Jefferson Laatus, estrategista-chefe da Laatus, aponta que a taxa de juros real, descontando a inflação, está em 7%, o que é desfavorável para o financiamento e o investimento no país. “A manutenção da taxa de juros alta impacta negativamente o varejo, as indústrias e o nível de investimento. No entanto, a redução prematura da Selic pode reacender a inflação, forçando o BC a aumentar as taxas novamente no futuro”, alerta Laatus.

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Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, destaca que a manutenção da Selic não deve gerar impactos negativos, pois o mercado já precificou essa decisão. “Uma Selic mantida a 10,5% traz previsibilidade e tranquilidade ao mercado, evitando a fuga de capital estrangeiro que poderia pressionar o dólar e aumentar a inflação importada”, explica Eyng. Além disso, ressalta que comparado ao ano passado, quando a Selic estava em 13,75%, já houve uma redução significativa que beneficia as empresas que buscam crédito.

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“Para pessoa física, a Selic alta dificulta o acesso ao crédito. No entanto, para incorporadoras e loteadoras, a taxa atual ainda permite margens de lucro consideráveis, mesmo com os custos de financiamento”, analisa Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest, sobre os impactos da Selic.

Há quem analise a Selic alta como uma forma de atrair investimentos estrangeiros e valorizar o real, ajudando a conter a inflação importada. Porém, essa política pode desacelerar a economia ao tornar o crédito mais caro e reduzir a demanda agregada.

A cautela do Copom reflete a necessidade de equilibrar o controle da inflação com o estímulo ao crescimento econômico. A decisão de manter a Selic em 10,5% deve ser vista como uma estratégia para estabilizar o mercado, proporcionando previsibilidade e confiança aos investidores. No entanto, os impactos dessa política monetária serão cuidadosamente monitorados, especialmente em relação à inflação e ao crescimento econômico nos próximos meses.

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