Preço do petróleo oscila com tensão entre Israel e Hezbollah

Preços do petróleo variam diante de acusações de violação do cessar-fogo entre Israel e Hezbollah

Os preços do petróleo mostraram variações na quinta-feira (28), refletindo o impacto de diversos acontecimentos globais que vêm causando preocupação no mercado. Um dos principais fatores foi o aumento das tensões entre Israel e o grupo Hezbollah, no Líbano.

Oscilações no preço do petróleo devido a tensões entre Israel e Hezbollah.
Conflitos no Oriente Médio e adiamento da reunião da OPEP+ geram oscilações no preço do petróleo, impactando a oferta global  | Foto: Reprodução/Freepik

Ambas as partes trocaram acusações de violar o cessar-fogo, o que reacendeu os temores de que a instabilidade na região do Oriente Médio, uma das mais importantes para a produção mundial de petróleo, possa afetar o fornecimento dessa commodity. Esses conflitos frequentemente trazem impactos diretos ou indiretos na oferta de petróleo, influenciando os preços globais.

Outro elemento que contribuiu para a incerteza foi o adiamento da reunião da OPEP+, grupo formado pelos maiores produtores de petróleo do mundo, incluindo a Rússia. A reunião, originalmente marcada para o dia 1º de dezembro, foi adiada para o dia 5.

Esse encontro é aguardado com grande expectativa, já que os países do grupo devem decidir se mantêm os cortes na produção para estabilizar os preços do petróleo. Enquanto a decisão não é tomada, o mercado segue em alerta, tentando prever os próximos passos da organização, o que aumenta a volatilidade nos preços.

Sobre o conflito

O conflito entre Israel e Hezbollah em 2024 é uma escalada da guerra entre Israel e Hamas, iniciada em outubro de 2023. O Hezbollah, baseado no Líbano, começou a atacar Israel em resposta a ação israelense em Gaza e também para mostrar o seu alinhamento aos Hamas.

Ao longo de meses, ataques mútuos intensificaram as tensões. Recentemente, operações israelenses para enfraquecer o Hezbollah, como ataques a líderes e destruição de infraestrutura, ampliaram a crise, envolvendo mais civis e gerando preocupação internacional sobre uma guerra em larga escala na região.

Impacto do feriado nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, o feriado de Ação de Graças também teve um efeito significativo no mercado. Com os principais mercados financeiros americanos fechados, houve uma redução no volume de negociações de petróleo e outras commodities, contribuindo para um ritmo mais lento no mercado global.

A menor movimentação nos Estados Unidos, um dos maiores consumidores e investidores em petróleo, reduziu temporariamente a pressão sobre os preços, mas a tendência de instabilidade continua.

No entanto, rumores de que o cessar-fogo entre Israel e Hezbollah estava sendo violado, agitaram o mercado e trouxe incertezas.

Conflito entre Rússia e Ucrânia

O cenário de guerra entre Rússia e Ucrânia também influenciou o mercado nesta quinta (28). Novos ataques realizados pela Rússia atingiram importantes instalações de energia na Ucrânia, aumentando os danos ao sistema energético do país.

Além do impacto humanitário, esses ataques geraram mais incertezas sobre o fornecimento de petróleo na região. Especialistas alertam que esse tipo de conflito pode levar a retaliações que comprometam ainda mais a produção de petróleo russo, que é um dos maiores fornecedores do mundo.

Esses eventos somam-se a uma série de preocupações que já vinham mexendo com o mercado. A guerra, os riscos de interrupção no fornecimento e as possíveis consequências econômicas dos ataques aumentam o temor de que a oferta global de petróleo seja prejudicada, levando a aumentos nos preços.

Reação da OPEP

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados, conhecidos como OPEP+, decidiram adiar a reunião sobre a política de produção de petróleo, que inicialmente seria dia 1 de dezembro para o dia 5. Essa mudança aumentou a ansiedade no mercado, já que há grande expectativa sobre as decisões do grupo.

A OPEP+ costuma adotar medidas estratégicas, como cortes na produção, para controlar a oferta de petróleo e estabilizar os preços. A possibilidade de manter esses cortes tem sido vista como uma forma de evitar quedas significativas nos preços do barril, especialmente em um momento de incertezas globais.

Avanços do programa nuclear do Irã

Outro fator que chamou atenção foi o avanço do programa nuclear do Irã. Um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) revelou que o país está instalando milhares de novas centrífugas em suas instalações nucleares, ampliando sua capacidade de enriquecer urânio.

Esse desenvolvimento pode aumentar as tensões internacionais, já que o enriquecimento de urânio está no centro de muitos debates e sanções globais. Caso as sanções contra o Irã sejam intensificadas, a produção de petróleo do país pode ser severamente afetada.

Estima-se que o Irã possa perder até 1 milhão de barris por dia em sua produção, o que teria impactos significativos no mercado global de petróleo. Com menos petróleo disponível e uma demanda ainda elevada, é provável que os preços subam, gerando inflação e complicando ainda mais a economia mundial.

Analistas da Goldman Sachs, um dos maiores bancos de investimento do mundo, destacam que essa redução na oferta pode causar uma série de consequências em cadeia, afetando tanto os preços do petróleo quanto a estabilidade econômica em várias regiões.

O mercado em vigilância

O mercado de petróleo enfrenta uma combinação de fatores que aumentam sua volatilidade. As tensões no Oriente Médio, os conflitos entre Rússia e Ucrânia, o avanço do programa nuclear do Irã e as decisões aguardadas da OPEP+ criam um ambiente de grande incerteza.

Cada um desses fatores, isoladamente, já seria capaz de influenciar os preços, mas juntos, tornam o mercado ainda mais imprevisível. O impacto dessas questões vai além dos preços do petróleo, afetando diretamente a economia global, a inflação e as perspectivas de crescimento econômico.

Em um cenário tão delicado, investidores e países produtores seguem atentos a qualquer novo desdobramento que possa alterar o equilíbrio entre oferta e demanda no mercado de petróleo.

Leia também: Preço do petróleo tem queda com base na geopolítica 

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