A busca por imóveis residenciais no Brasil continua em alta, com Curitiba, Goiânia e São Paulo se destacando como os principais mercados em 2024. De acordo com o Índice de Demanda Imobiliária (IDI-Brasil), divulgado nesta quinta-feira, 30 de janeiro, cada cidade lidera um segmento específico de renda, refletindo o perfil econômico dos compradores e as políticas habitacionais locais.
Curitiba lidera no segmento econômico
A capital paranaense se mostrou a mais atrativa para compradores do segmento econômico, que abrange famílias com renda entre R$ 2 mil e R$ 12 mil. Esse público é um dos principais beneficiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, que visa facilitar o acesso à moradia por meio de subsídios e financiamentos acessíveis.
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Apesar da alta demanda, desafios regulatórios podem limitar a expansão do mercado imobiliário na cidade. Segundo José Carlos Martins, presidente do conselho consultivo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), exigências do plano diretor de Curitiba dificultam a construção de moradias populares. Um dos pontos de entrave é a obrigatoriedade de vagas de garagem em condomínios, o que encarece os custos dos imóveis e reduz a oferta.
Goiânia se destaca no segmento médio
Para famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 24 mil, Goiânia foi a cidade com maior demanda por novos imóveis em 2024. Esse movimento foi impulsionado por mudanças no plano diretor da capital goiana, que favoreceram o desenvolvimento do setor imobiliário.
Renato Correia, presidente da Cbic, destacou que as novas regulamentações facilitaram a construção e comercialização de imóveis na região, atraindo investidores e compradores. Além disso, a expansão de infraestrutura e a qualidade de vida em Goiânia têm sido fatores decisivos para aqueles que procuram um novo lar.
São Paulo lidera no alto padrão
Quando o assunto é imóvel de alto padrão, com renda familiar acima de R$ 24 mil, São Paulo se destaca como a cidade com maior demanda. A capital paulista é reconhecida pela ampla oferta de apartamentos e casas de luxo, muitas vezes situados em bairros nobres e com estrutura diferenciada.
No ranking de procura por imóveis de alto padrão, Goiânia aparece na segunda posição, seguida por Florianópolis, que ficou em terceiro lugar. O estudo apontou que, tanto na capital paulista quanto na goiana, os lançamentos imobiliários são rapidamente absorvidos pelo mercado, evidenciando o apetite do setor por unidades premium.
Metodologia do estudo
O IDI-Brasil analisou dados de 61 cidades brasileiras com potencial para investimentos em imóveis residenciais verticais. O levantamento foi realizado pelo Ecossistema Sienge e CV CRM, com metodologia do Grupo Prospecta e parceria da Cbic. Entre os indicadores utilizados estão a oferta de imóveis em sites especializados, como Viva Real e Web Imóveis, e a quantidade de leads gerados, ou seja, pessoas que entraram em contato com incorporadoras e construtoras para obter informações sobre compra de imóveis.
Perspectivas para o mercado imobiliário
O mercado imobiliário brasileiro segue aquecido, impulsionado por programas habitacionais, mudanças em planos diretores e uma crescente demanda por moradias em diferentes faixas de renda. Especialistas apontam que, para manter esse crescimento, será fundamental um alinhamento entre o setor público e privado, garantindo condições favoráveis para investidores e compradores.
Com a expectativa de juros mais baixos e novas políticas de financiamento, 2025 pode ser um ano ainda mais promissor para quem deseja adquirir um imóvel. No entanto, desafios como regulações municipais e custos de construção seguirão sendo fatores determinantes para o desenvolvimento do setor.