Elon Musk, juntamente com um consórcio de investidores, anunciou na segunda-feira, 10 de fevereiro, uma oferta no valor de US$ 97,4 bilhões (cerca de R$ 562,2 bilhões) para adquirir a organização sem fins lucrativos que controla a OpenAI.
A proposta de Musk tem o objetivo de impedir que a OpenAI conclua sua transição para uma empresa com fins lucrativos, um movimento que tem sido uma das principais fontes de tensões entre o bilionário e o CEO da startup, Sam Altman.
Musk, cofundador da OpenAI em 2015, busca, com sua oferta, retomar o controle da organização para priorizar o desenvolvimento de uma inteligência artificial que beneficie a humanidade, em vez de priorizar o lucro.
A OpenAI foi criada inicialmente como uma organização sem fins lucrativos, com o objetivo de desenvolver tecnologias de inteligência artificial (IA) que beneficiem o mundo. No entanto, nos últimos anos, a OpenAI vem fazendo uma transição para uma entidade com fins lucrativos.
Segundo Altman e outros executivos, essa mudança é necessária para garantir os fundos necessários para continuar inovando na área de IA. Esse movimento gerou controvérsias, especialmente com Musk, que acredita que a OpenAI está se afastando de sua missão inicial de ser uma força de IA aberta, acessível e focada na segurança.
Musk, que deixou a OpenAI antes que ela alcançasse o sucesso global que possui hoje, mantém uma relação de rivalidade com a organização, principalmente devido à criação de sua própria empresa de inteligência artificial, a xAI, que compete diretamente com a OpenAI.
As críticas de Musk
O bilionário tem criticado publicamente a mudança de direção da OpenAI e, em várias ocasiões, afirmou que a organização agora está mais focada em gerar lucros do que em desenvolver IA para o bem comum. A oferta de US$ 97,4 bilhões (cerca de R$ 562,5 bilhões), portanto, é vista como uma tentativa de Musk de recuperar a influência sobre a OpenAI e impedir o que ele vê como uma transição desvirtuada dos seus objetivos fundadores.
Em resposta à oferta, Sam Altman, CEO da OpenAI, rejeitou a proposta de maneira firme e irônica. Em um post no X (anteriormente conhecido como Twitter), Altman disse: “não, obrigado, mas nós compramos o Twitter por US$ 9,74 bilhões (aproximadamente R$ 56,2 bilhões), se você quiser”.
A brincadeira de Altman reflete o clima tenso e a rivalidade existente entre ele e Musk, que se aprofundaram com o tempo, especialmente após Musk processar a OpenAI por acreditar que a empresa estava priorizando os lucros em vez de seguir sua missão original.
Sobre a OpenAI
A OpenAI é uma organização de pesquisa em inteligência artificial (IA) fundada em dezembro de 2015 por Elon Musk, Sam Altman, Greg Brockman, Ilya Sutskever, John Schulman e Wojciech Zaremba. Inicialmente criada como uma entidade sem fins lucrativos, sua missão era desenvolver IA de maneira segura e benéfica para a humanidade, com foco na criação de tecnologias acessíveis e transparentes.
Ao longo dos anos, a OpenAI evoluiu para uma organização híbrida, com um braço sem fins lucrativos e um braço com fins lucrativos, visando atrair o capital necessário para impulsionar inovações na área de IA.
A OpenAI é conhecida por desenvolver alguns dos modelos mais avançados de IA, incluindo o GPT (Generative Pre-trained Transformer, um modelo de linguagem que utiliza aprendizado profundo para gerar texto de forma autônoma, baseado em grandes volumes de dados e treinamento prévio). A empresa também é famosa por suas contribuições para a área de aprendizado de máquina, modelagem de linguagem natural e IA generativa.
Com a missão de garantir que a IA seja utilizada para o bem coletivo, a OpenAI continua sendo uma das líderes no setor de inteligência artificial, atraindo tanto admiração quanto controvérsias, especialmente em relação à sua transição para um modelo com fins lucrativos.
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