A leitura positiva acontece muito por conta da queda nos preços de bens e energia
O Departamento de Análises Econômicas (BEA) divulgou nesta manhã (28/6) que o índice de despesas de consumo (PCE – Personal Consumption Expenditures) desacelerou em maio, registrando estabilidade após crescimento de 0,3% por três meses.
Com isso, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 2,6%, ligeiramente menor que nos dois meses anteriores (2,7%). A leitura positiva ocorre principalmente devido à queda nos preços de bens e energia. Já as atividades de serviços continuaram a pressionar o índice para cima.
A medida de núcleo, que exclui itens como energia e alimentos, também perdeu força e registrou um aumento de 0,1% no mês (após três meses crescendo 0,3%), resultando em 2,6% no acumulado em 12 meses (após três meses com 2,8%). Os números da inflação cheia e de núcleo vieram em linha com o consenso de mercado.
Consumo em alta pode impactar nos juros
“Os dados de maio da inflação de consumo nos EUA (PCE – Personal Consumption Expenditures), divulgados nesta sexta-feira, apesar de virem em linha com as expectativas dos analistas, serão celebrados pelos mercados”, aponta Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
Ele também explica que esses índices podem contribuir para o combate à inflação no país. “Após a estabilidade que forçou revisões no curso esperado para a política monetária em 2024, a ligeira queda nos preços pode ser um sinal de que voltamos a caminhar na última milha do processo de combate à inflação.”
“O Fomc sempre enfatiza que não altera planos de voo com base em apenas uma leitura de dados, mas, mais uma vez, a falta de surpresas não deixa de alimentar esperanças de que talvez haja espaço para dois cortes de 0,25 ponto percentual ainda em 2024. Os mercados reagiram positivamente após a divulgação”, pondera o especialista.