Como a queda das bolsas internacionais impactam os seus investimentos?

A exposição a investimentos internacionais pode impactar de forma significativa a sua carteira de investimentos de longo prazo

A conexão global dos mercados

Em um mundo cada vez mais interligado, as economias nacionais estão intrinsecamente conectadas. O que acontece em uma bolsa de valores em Nova York ou em Xangai pode ter reflexos diretos nas carteiras de investidores brasileiros. Mas por que isso ocorre?

Os mecanismos da conexão

  • Investidores estrangeiros e a volatilidade do mercado: muitas empresas brasileiras têm suas ações negociadas em bolsas internacionais. Quando ocorre uma queda generalizada nos mercados globais, os investidores estrangeiros tendem a buscar ativos considerados mais seguros, como títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Essa movimentação pode levar à venda em massa de ações brasileiras, gerando uma forte pressão de venda no mercado local e, consequentemente, uma queda nos índices da bolsa brasileira.

  • O efeito dominó – dólar e inflação: a saída de capital estrangeiro do Brasil, além de impactar diretamente o desempenho das ações, também pressiona a cotação do dólar para cima. Com a moeda americana mais valorizada, os produtos importados ficam mais caros no mercado brasileiro, o que pode contribuir para o aumento da inflação e pressionar o Banco Central a elevar a taxa de juros.

  • Apetite global por risco: a percepção de risco no mercado global influencia o comportamento dos investidores. Em momentos de incerteza, como crises econômicas ou geopolíticas, os investidores geralmente buscam ativos menos arriscados, o que pode levar a uma saída de capital dos mercados emergentes, como o Brasil.

  • Commodities: o Brasil é um grande exportador de commodities, como minério de ferro e soja. O preço dessas commodities é determinado em mercados internacionais. Uma queda nos preços das commodities pode impactar negativamente as empresas brasileiras do setor e, consequentemente, o desempenho da bolsa brasileira.

  • Correlação entre os índices: esses índices, especialmente o S&P 500, costumam apresentar alta correlação com outros índices ao redor do mundo, incluindo o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira. Isso significa que quando o S&P 500 ou o Dow Jones caem, é comum que o Ibovespa também sofra uma queda.
    • S&P 500: é o índice que acompanha o desempenho das 500 maiores empresas americanas, representando uma ampla fatia da economia dos Estados Unidos. É considerado um dos principais indicadores do mercado de ações global.
    • Dow Jones: é o índice mais antigo e seletivo, composto por 30 grandes empresas americanas, principalmente do setor industrial. Embora abranja menos empresas que o S&P 500, ele ainda é um importante indicador do desempenho da bolsa de Nova York.
Gráfico de mercado financeiro exibido em tela, destacando a volatilidade dos investimentos
Entender o mercado é fundamental para investidores arrojados | Foto: Reprodução/Pixabay

Os impactos para os investidores brasileiros

  • Volatilidade: a queda das bolsas internacionais aumenta a volatilidade do mercado brasileiro, ou seja, as oscilações dos preços dos ativos se tornam mais intensas. Isso pode gerar perdas para os investidores no curto prazo.

  • Perda de patrimônio: se um investidor possui uma carteira diversificada, incluindo ações de empresas brasileiras e estrangeiras, uma queda generalizada nos mercados pode resultar em uma perda significativa de patrimônio.

  • Dificuldade em realizar saques: em momentos de crise, muitos investidores buscam resgatar seus investimentos. No entanto, a alta demanda por resgates pode levar à liquidez dos fundos de investimento, o que pode gerar perdas adicionais.

Como proteger os seus investimentos?

  • Diversificação: a diversificação da carteira é a principal forma de se proteger dos impactos da queda das bolsas internacionais. Ao investir em diferentes classes de ativos, o investidor reduz o risco de concentrar suas aplicações em um único mercado.
    • investir uma parcela em renda fixa pós-fixada com resgate rápido;
    • Investir uma parcela em ações brasileiras (se tiver perfil para isso );
    • Investir uma parte em ativos atrelados ao dólar, como fundos cambiais e BDRs;
    • É importante ter percentuais definidos e uma estratégia bem desenhada antes de começar.

  • Investimentos de longo prazo: o investimento de longo prazo é uma estratégia que permite ao investidor superar as oscilações de curto prazo do mercado. Ao manter os investimentos por um período mais longo, o investidor tem mais chances de aproveitar os ciclos de alta do mercado.

  • Acompanhamento profissional: a orientação de um profissional de investimentos pode ser fundamental para tomar decisões mais assertivas e construir uma carteira adequada ao seu perfil de investidor. Você pode buscar por um assessor de investimentos ou consultor para executar esse serviço.

Caso ainda não tenha começado a investir, você pode conferir o nosso artigo sobre como organizar as suas finanças e começar investir com mais tranquilidade.

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