Influenciado pelas expectativas em relação aos próximos meses, o Índice de Confiança do Consumidor vem aumentando desde junho de 2024
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) divulgou nesta terça-feira (24) que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) apresentou sua quarta alta consecutiva, com elevação de 0,5 ponto em setembro, alcançando 93,7 pontos.
Anna Carolina Gouveia, economista do FGV Ibre, afirmou que a confiança do consumidor está em elevação gradual desde junho, com as expectativas para os próximos meses desempenhando o papel principal. “Em setembro, observou-se uma leve piora na percepção sobre a situação atual, influenciada pela deterioração no indicador de situação financeira das famílias”, destacou.
“Entre as diferentes faixas de renda, o resultado mostrou-se heterogêneo. A resiliência da atividade doméstica sustenta a tendência de alta na confiança dos consumidores, mas a recuperação em ritmo lento reflete a percepção ainda fragilizada das finanças pessoais”, completou Anna Carolina.
Crescimento na confiança do consumidor
Em relação ao momento atual, a instituição identificou uma leve queda. Apesar disso, o Índice de Expectativas (IE) registrou seu quarto resultado positivo consecutivo, subindo para 102,2 pontos, um acréscimo de 0,8 ponto. Em contrapartida, após quatro meses sem resultados negativos, o Índice da Situação Atual (ISA) caiu para 81,7 pontos, um recuo de 0,2 ponto.
Entre os indicadores que compõem o relatório, o índice que mede as intenções de compra de bens duráveis foi o que mais contribuiu para o aumento da confiança, alcançando 90,1 pontos, com um crescimento de 2,3 pontos. Esse foi o maior nível desde fevereiro de 2024, quando registrou 95 pontos.
Perspectivas para o futuro
O indicador que mede as perspectivas financeiras para as futuras finanças familiares registrou alta de 1,8 ponto, no total são 106,6 pontos. Por outro lado, o índice que analisa as expectativas para a situação futura da economia apresentou queda, atingindo 109,6 pontos, com recuo de 1,8 ponto.
A queda observada no ISA resulta de movimentos opostos nos indicadores que o compõem: enquanto o indicador de finanças familiares diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, com uma redução de 0,8 ponto, chegando a 69,9 pontos, o que representa o menor nível desde maio (69,3 pontos), o índice que avalia a percepção da economia local subiu pela terceira vez seguida, com acréscimo de 0,4 ponto, alcançando 93,8 pontos.
O que é o ICC?
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é um indicador econômico que mede o nível de otimismo ou pessimismo dos consumidores em relação à situação econômica atual e às expectativas para o futuro. O ICC é calculado com base em pesquisas que avaliam a percepção dos consumidores sobre a economia, suas finanças pessoais e as expectativas para os meses seguintes.
O índice é composto por dois subíndices principais: o Índice de Situação Atual (ISA), que reflete a percepção dos consumidores sobre as condições econômicas e financeiras presentes, e o Índice de Expectativas (IE), que avalia as expectativas em relação ao futuro. A combinação desses dois subíndices resulta no ICC, expresso em uma escala numérica. Valores acima de 100 indicam otimismo, enquanto valores abaixo de 100 apontam pessimismo.
O ICC é uma ferramenta importante para governos, empresas e investidores, ao fornecer uma visão do comportamento de consumo da população e pode influenciar decisões econômicas e de investimento. Quando os consumidores se mostram confiantes, há uma maior propensão a aumentar os gastos, o que impulsiona o crescimento econômico. Por outro lado, quando estão pessimistas, tendem a reduzir gastos, o que pode desacelerar a economia.
No Brasil, o ICC é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), entidade que realiza mensalmente a coleta de dados em diversas regiões do país. Ele é um dos principais indicadores de tendência econômica, auxiliando na compreensão e previsão de mudanças na atividade econômica.