A moeda de 1 real, lançada pelo Banco Central, começa a circular nesta terça-feira, 24 de setembro
As moedas produzidas pelo Banco Central em comemoração aos 30 anos do Plano Real, lançado em 1994, começam a ser distribuídas pelos bancos e instituições financeiras de todo o Brasil a partir de hoje, 24 de setembro. No total, aproximadamente 45 milhões de unidades serão fabricadas para celebrar essa data histórica.
Cerca de 32% das 137 milhões de moedas de 1 real, lançada em 2024, serão destinadas à comemoração do aniversário do Plano Real.
Banco Central cria novo design para moeda
Na frente, a efígie da República, presente no design da moeda de 1 real de circulação comum, aparece acompanhada de linhas diagonais e do símbolo do padrão monetário. Na borda dourada, estão as inscrições “30 Anos do Real”, “1994-2024” e “Brasil”.
No verso, o design da nova moeda é idêntico ao da moeda de circulação comum, apresentando a imagem de uma esfera sobreposta por faixa e a constelação do Cruzeiro do Sul, em referência à Bandeira Nacional. O valor de face “1 real” e o ano “2024” completam a composição.
Esta é a segunda vez que o Banco Central, em parceria com a Casa da Moeda, lança uma versão comemorativa para marcar o aniversário do real. Em 2019, foi lançada uma edição especial pelos 25 anos do Plano Real, liderado pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso (FHC), além de economistas como Pérsio Arida e André Lara Resende.
O que foi o Plano Real?
O Banco Central descreve o Plano Real como um processo de estabilização econômica iniciado em 1993. Seu sucesso representou o fim da hiperinflação no Brasil. A nova moeda, o real, entrou em circulação em 1º de julho de 1994, alterando um cenário inflacionário extremo, que acumulava 4.922% em 12 meses até junho daquele ano, pouco antes do lançamento da nova moeda.
A inflação, que fechou 1994 em 916%, reduziu-se para 22% em 1995. Desde então, mesmo diante de crises internas e externas que impactaram a economia, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses superou os 9% em poucas ocasiões.
Além da introdução da nova moeda, o Plano Real incluiu ajustes fiscais, como cortes nos gastos públicos e uma maior rigidez na arrecadação de impostos. A política monetária adotada, com juros elevados, visava controlar a demanda e conter pressões inflacionárias. O controle da taxa de câmbio, fixada inicialmente, foi outra medida implementada para garantir confiança ao mercado e estabilidade à nova moeda.
Fases do Plano Real
No segundo semestre de 1993, equipes do Ministério da Fazenda, do Banco Central e da Casa da Moeda trabalharam em conjunto no desenvolvimento do Plano Real, estruturado em três fases.
A primeira fase concentrou-se no ajuste fiscal, com a criação do Fundo Social de Emergência (FSE), cujo objetivo era aumentar a arrecadação tributária e oferecer maior flexibilidade na gestão orçamentária nos anos de 1994 e 1995. A segunda fase introduziu a Unidade Real de Valor (URV), uma moeda escritural que serviu como unidade de conta.
Na etapa final, a nova moeda, o real, foi lançada em 1º de julho de 1994. A operação exigiu rápida e abrangente distribuição do novo numerário em todo o país.
A distribuição das novas cédulas para os bancos iniciou em abril de 1994, antecipando a troca completa do meio circulante. Até o final de junho de 1994, mais de 940 milhões de cédulas e 688 milhões de moedas já haviam sido distribuídas em todo o território nacional.
Em uma operação inédita, o Banco Central coordenou simultaneamente a distribuição do real, a aceitação de depósitos em nova unidade monetária e o recolhimento do numerário em cruzeiros reais, que circularam até setembro de 1994.