Semanalmente, o Banco Central publica o Relatório Focus, que analisa os principais indicadores econômicos, como a inflação, o PIB e a taxa de juros
Na manhã desta segunda-feira, 16 de setembro, o Banco Central publicou o Relatório Focus: a publicação indica uma nova alta do Produto Interno Bruto (PIB) e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal medidor da inflação, que manteve tendência de alta após outro aumento na semana passada.
O boletim, divulgado semanalmente, mostra que o IPCA, considerado o principal medidor de inflação no Brasil, deve atingir 4,35% ao final de 2024. Na semana passada, a previsão era de 4,30% e, há um mês, de 4,22%.
Expectativas para o PIB
Já as expectativas para o PIB foram revisadas e indicam um crescimento em comparação à semana passada. As projeções apontam para um aumento do PIB de 2,96% neste ano, valor maior que o da semana anterior que registrava 2,68%. Em comparação ao mesmo período do mês passado, a previsão também é maior, pois os indicadores mostram um crescimento de 2,23%.
A balança comercial apresentou um resultado negativo de US$ 82,87 bilhões, uma leve melhora em relação aos números divulgados na semana passada que registraram US$ 83,53.
Para 2025, a previsão do Banco Central é que o IPCA suba para 3,95%. Na semana passada, a projeção estava em 3,92%. O PIB também tem uma estimativa de queda para o ano que vem, com um índice de 1,90%.
Banco Central prevê estabilidade na Selic e alta do dólar
O relatório também voltou a indicar uma alta na taxa Selic para 2025, cuja previsão era de 11,25%, mantendo-se inalterada na principal taxa de juros do país. Nos dias 30 e 31 de julho, foi realizada uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que manteve a Selic em 10,5% para 2024. No entanto, a nova tendência é que a taxa de juros suba para 11,25% até o fim do ano.
Também foi revisada a estimativa do preço do dólar, que havia se estabilizado na semana anterior, mas voltou a crescer nesta semana. Nesse cenário, o Banco Central atualizou a projeção, estimando o dólar comercializado a R$ 5,40.
Relação entre Selic e Inflação
A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Ela é utilizada como parâmetro para todas as outras taxas de juros praticadas no país, impactando diretamente o custo de empréstimos, financiamentos e investimentos. A Selic é usada pelo governo para controlar a inflação e é um dos principais instrumentos da política monetária.
Ao ajustar a taxa de juros, o Banco Central influencia o consumo e o crédito no país. Quando a inflação está alta, o Copom tende a aumentar a Selic para encarecer o crédito e, assim, desestimular o consumo. Com a demanda menor, os preços tendem a se estabilizar, ajudando a controlar a inflação.
Por outro lado, quando a inflação está baixa e a economia precisa de estímulo, o Banco Central pode reduzir a Selic ao tornar o crédito mais barato e incentivar o consumo e os investimentos.
De maneira geral, a Selic atua como um mecanismo de equilíbrio: quando a inflação sobe, a Selic é elevada para conter o aumento dos preços; quando a inflação está controlada, a Selic é reduzida para estimular a economia. Essa interação é fundamental para manter a estabilidade econômica e o poder de compra da população.