Semanalmente, o Banco Central publica o Relatório Focus, que analisa os principais indicadores econômicos, como a inflação, o PIB e a taxa de juros
Na manhã desta segunda-feira, 21 de outubro, o Banco Central publicou o Relatório Focus, que indicou uma semana de alta no Produto Interno Bruto (PIB) do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal medidor da inflação e do dólar nesta semana.

O boletim, divulgado semanalmente, mostra que o IPCA, considerado o principal medidor de preços no Brasil, deve atingir 4,50% ao final de 2024. Na semana passada, a previsão era de 4,39% e, há um mês, de 4,37%.
Já as expectativas para o PIB foram mantidas e indicam o mesmo crescimento em comparação à semana passada. As projeções apontam para um aumento de 3,05% neste ano. Na semana passada, a expectativa sobre o PIB até o fim de 2024 era de 3,01%. Em comparação ao mesmo período do mês passado, a previsão é maior, pois os indicadores mostravam um crescimento de 3%.
A balança comercial apresentou um resultado de US$ 78 bilhões, um ligeira queda em relação ao número apresentado na semana anterior, que registrava US$ 80 bilhões. Há um mês, o resultado do relatório apontava US$ 81 bilhões.
Para 2025, a previsão do Banco Central é que o IPCA suba para 3,99%. Na semana passada, a projeção estava ligeiramente menor, em 3,96%. O PIB também tem uma estimativa de queda para o ano que vem e se manteve com um índice de 1,93%, mesmo patamar do que o anterior.
Relatório Focus prevê estabilidade na Selic e no dólar
O relatório também voltou a indicar estabilidade na taxa Selic, a principal taxa de juros do país, para 2025, cuja previsão era de 11,75% na semana passada, e se manteve em 11,75% nesta semana. Nos dias 17 e 18 de julho, foi realizada uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e que aumentou a taxa Selic para 10,75%. No entanto, a nova tendência é que a taxa de juros suba para 11,50% até o fim do ano.
Também foi revisada a estimativa do preço do dólar que havia se estabilizado na semana anterior e voltou a apresentar um índice de alta. Nesse cenário, o Banco Central estabeleceu a projeção, estimando o dólar comercializado a R$ 5,42.
O que é o Copom?
O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão do Banco Central do Brasil responsável por definir a taxa básica de juros, conhecida como Selic. Criado em 1996, o Copom se reúne regularmente, geralmente a cada 45 dias, para analisar a situação econômica do país e definir a política monetária.
Seu principal objetivo é controlar a inflação, mantendo-a dentro das metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A taxa Selic impacta diretamente o custo do crédito, investimentos e a economia na totalidade, uma ferramenta crucial para o equilíbrio macroeconômico do Brasil.
Relação entre Selic e Inflação
A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Ela é utilizada como parâmetro para todas as outras taxas de juros praticadas no país, impactando diretamente o custo de empréstimos, financiamentos e investimentos. A Selic é usada pelo governo para controlar a inflação, sendo um dos principais instrumentos da política monetária.
Ao ajustar a taxa de juros, o Banco Central influencia o consumo e o crédito no país. Quando a inflação está alta, o Copom tende a aumentar a Selic para encarecer o crédito e, assim, desestimular o consumo. Com a demanda menor, os preços tendem a se estabilizar, ajudando a controlar a inflação.
Por outro lado, quando a inflação está baixa e a economia precisa de estímulo, o Banco Central pode reduzir a Selic, tornando o crédito mais barato e incentivando o consumo e os investimentos.
De maneira geral, a Selic atua como um mecanismo de equilíbrio: quando a inflação sobe, a Selic é elevada para conter o aumento dos preços e quando a inflação está controlada, a Selic é reduzida para estimular a economia. Essa interação é fundamental para manter a estabilidade econômica e o poder de compra da população.