Com a popularidade do Pix como meio de pagamento rápido e prático, também surgiram preocupações com a segurança do usuário, devido ao aumento no número de fraudes e golpes. Desde esta sexta-feira (1º de novembro), novas regras de segurança estão em vigor para tornar as transações Pix mais seguras, visando proteger as pessoas contra práticas fraudulentas. Além dessas novas diretrizes, adotar algumas práticas pode aumentar ainda mais sua segurança no uso desse serviço.
Confira a seguir como as novas regras funcionam, os principais cuidados a serem tomados e o que os especialistas recomendam para proteger seu dinheiro.
Novas regras de segurança para o Pix
As novas regulamentações para o Pix visam dificultar a ação de golpistas e aumentar a proteção dos usuários em todas as transações. Entre as principais mudanças está a possibilidade de estabelecer limites de valores e horários para transferências, o que evita transações de grandes quantias em horários de maior vulnerabilidade, como o período noturno.
Instituições financeiras estão oferecendo aos clientes a opção de ajustar os limites diretamente nos aplicativos dos bancos, criando uma barreira extra contra golpes que ocorrem em situações de roubo de celular, por exemplo.
Outra nova medida é a introdução de um sistema de verificação mais rigoroso, o que reduz o risco de transações suspeitas. Isso significa que, ao perceber alguma inconsistência na transação, o banco poderá bloquear temporariamente a operação para análise. Esse bloqueio não impede que o dinheiro chegue ao destino, mas cria uma camada de proteção contra transferências fraudulentas.
Dicas para evitar golpes e proteger o Pix
Além das novas regras, algumas atitudes podem garantir mais tranquilidade no uso do Pix. Francisco Gomes Júnior, advogado especialista em direito digital, explica que um dos pontos mais importantes é a atenção aos detalhes da transação.
“Conferir cuidadosamente os dados antes de finalizar qualquer transferência é essencial, pois muitos golpes ocorrem por pequenas trocas de algarismos na chave Pix. Esse cuidado reduz bastante a possibilidade de fraude”, afirma.
1. Estabeleça limites para transferências
Uma das formas mais eficazes de evitar grandes perdas em golpes é estabelecer limites para o Pix, o que impede que um valor alto seja transferido de forma rápida e inesperada. Muitas pessoas, ao terem o celular roubado, acabam perdendo quantias significativas porque os golpistas acessam os aplicativos financeiros. Definir um valor máximo para transações noturnas, por exemplo, reduz esse risco. Essa opção pode ser configurada diretamente nos aplicativos dos bancos, permitindo um controle maior sobre as operações.
2. Utilize um celular dedicado para transações bancárias
Para quem busca um nível adicional de segurança, utilizar um celular secundário, que fica em casa ou em um local seguro, pode ser uma boa solução. Dessa forma, mesmo que o dispositivo principal seja roubado, os golpistas não terão acesso imediato às contas bancárias. Esse celular secundário pode ter aplicativos bancários e ser utilizado exclusivamente para essas operações, servindo também para entrar em contato com o banco em caso de roubo.
3. Desconfie de transações urgentes
Golpistas geralmente tentam criar um senso de urgência para induzir as vítimas a agirem sem pensar. “Um dos golpes mais comuns envolve uma pressão exagerada para a pessoa fazer uma transferência via Pix rapidamente. Essa pressa serve para não dar tempo de reflexão”, explica Wally Niz, especialista em segurança de dados. Por isso, sempre que receber um pedido de transferência urgente, especialmente de valores altos, é recomendável checar todas as informações e desconfiar caso haja pressão para agir de imediato.
Evite compartilhar informações pessoais
Outro ponto fundamental para a segurança no Pix é a proteção dos dados pessoais. Golpistas frequentemente utilizam técnicas para obter informações como CPF, RG, senhas e outras credenciais que permitem acessar contas bancárias ou até mesmo criar contas em nome das vítimas.
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Nesse sentido, é importante nunca compartilhar esses dados em ligações suspeitas ou sites de procedência duvidosa. Lembre-se: bancos e órgãos governamentais não solicitam informações confidenciais por telefone ou mensagens.
Além disso, verifique sempre a autenticidade de qualquer link recebido por e-mail ou mensagem de texto. Golpistas podem criar páginas falsas que se assemelham ao site do banco, visando roubar dados pessoais e financeiros.
Alternativas seguras em caso de insegurança
Para transações de valores mais altos, caso o usuário sinta insegurança em usar o Pix, existem alternativas mais tradicionais que oferecem maior proteção. O TED, por exemplo, permite o bloqueio e estorno com mais facilidade, ainda que leve mais tempo para ser processado. Francisco Gomes Júnior reforça que “se houver desconfiança, escolher um método de pagamento com mais mecanismos de proteção, como o TED, pode ser uma escolha mais segura”.
Essa medida é especialmente relevante para pessoas que precisam transferir quantias altas, pois o Pix, embora prático, ainda está em processo de consolidação em termos de segurança.
Com a adoção dessas novas regras de segurança e as práticas preventivas mencionadas, o Pix se torna uma ferramenta ainda mais segura para o dia a dia. As fraudes e golpes ainda existem, mas, ao conhecer as estratégias utilizadas por criminosos e adotar uma postura de cautela, é possível reduzir drasticamente as chances de se tornar vítima.
Manter o olhar atento, limitar as transações em horários de maior vulnerabilidade, desconfiar de urgências e nunca compartilhar informações sensíveis são práticas essenciais para um uso seguro do Pix. Afinal, proteger o dinheiro de maneira proativa é a melhor forma de aproveitar as facilidades oferecidas por essa tecnologia, que veio para transformar a forma como fazemos pagamentos e transferências.