Início de ano é sinônimo de despesas previsíveis, como IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) e matrículas escolares. Com organização e planejamento, é possível evitar sufocos financeiros e garantir que essas obrigações não comprometam o orçamento.
Confira as dicas práticas para se preparar e manter as finanças como IPVA, IPTU e outras demandas em dia:
O primeiro passo para evitar apertos no início do ano é criar um planejamento detalhado. Seja em uma planilha no Excel ou em um caderno, registre todas as suas fontes de renda, como salário, aluguel ou investimentos, e liste as despesas fixas, incluindo contas mensais e gastos pontuais.
Com as despesas organizadas, é hora de prever o impacto dos custos de janeiro. Por exemplo, o IPVA, que corresponde a cerca de 4% do valor de tabela do veículo, pode ser antecipado com um planejamento mensal. Além disso, pagar à vista pode gerar descontos de até 6%, como ocorre em estados como Minas Gerais.
Criando uma reserva de emergência específica
Uma das melhores estratégias é criar uma reserva de emergência voltada para essas despesas sazonais. Guilherme Almeida, especialista em educação financeira da Suno Research, deixou uma dica importante durante entrevista ao Estadão: o especialista revela que é importante calcular quanto será necessário para cada compromisso anual e dividir o valor em parcelas mensais ao longo do ano.
Essa reserva deve ser protegida contra a inflação e aplicada em investimentos de alta liquidez e baixo risco, como o Tesouro Selic ou CDBs (Certificado de Depósito Bancário) com liquidez diária. Essas opções garantem que o dinheiro estará disponível quando necessário, sem perdas de valor devido às oscilações do mercado.
Tesouro Selic ou CDBs?
Embora ambos sejam indicados para objetivos de curto prazo, é essencial buscar CDBs que ofereçam rendimentos superiores ao Tesouro Selic. Caso contrário, o título público é a opção mais segura.
Além disso, fique atento à tributação: o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidem sobre os rendimentos. O IR varia de 22,5% a 15%, dependendo do prazo da aplicação, e o IOF é aplicado apenas nos primeiros 30 dias.
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Evitando erros comuns
Um dos maiores erros é a falta de planejamento financeiro. Muitas pessoas deixam para resolver essas despesas em cima da hora, sem se preparar ao longo do ano. Outra falha recorrente é descumprir o planejamento, comprometendo o orçamento mensal.
Além disso, investir em produtos inadequados ao prazo, como ações ou fundos imobiliários, pode causar prejuízos. Para metas de curto prazo, é melhor optar por aplicações com baixa volatilidade e alta liquidez, como sugerido anteriormente.
Posso usar o 13º salário?
Embora o 13º salário possa ajudar a quitar essas contas, depender exclusivamente dele é arriscado, especialmente em cenários de imprevistos, como perda de emprego. A melhor solução é diluir os custos ao longo do ano, poupando mensalmente e evitando depender de uma única fonte de recursos.
Benefícios de se planejar
Além de evitar dívidas, o planejamento proporciona flexibilidade para lidar com outras obrigações, como férias ou imprevistos. Um bom exemplo é aproveitar descontos oferecidos para pagamentos à vista, como no caso do IPVA.
Com uma estratégia bem definida, é possível começar o ano com tranquilidade, mantendo a saúde financeira e eliminando a necessidade de recorrer a empréstimos ou cartões de crédito.
Organizar as finanças para despesas previsíveis, como IPVA, IPTU e matrículas escolares, é uma questão de planejamento e disciplina. Criar uma reserva específica ao longo do ano e investir em aplicações adequadas são passos fundamentais para evitar sufocos e garantir um início de ano tranquilo.
Com essas dicas, você estará preparado para lidar com os compromissos financeiros de janeiro sem comprometer sua estabilidade econômica. Afinal, finanças saudáveis são resultados de boas decisões tomadas com antecedência.