Empresário come banana comprada por R$ 37 milhões

A obra de arte feita com uma banana, chamada “Comediante”, do artista italiano Maurizio Cattelan, abalou o mundo da arte ao estrear na Art Basel de Miami em 2019

Nesta sexta-feira (29), o empresário bilionário chinês Justin Sun, de 34 anos e fundador da plataforma de criptomoedas Tron,consumiu uma simples banana, que havia sido adquirida em um leilão por um valor exorbitante de US$ 6,2 milhões (cerca de R$ 37 milhões).

Banana colada na parede, obra milionária de Maurizio Cattelan.
Justin Sun come banana adquirida por R$ 37 milhões, parte da obra “Comedian” de Maurizio Cattelan, gerando debates sobre arte e valor |Foto: Reprodução/Peter Parks/ AFP

A fruta, que fazia parte da obra de arte contemporânea “Comedian”, do artista italiano Maurizio Cattelan, consistia em uma banana presa a uma parede com fita adesiva, desafiando as convenções do mercado de arte e levantando questionamentos sobre o conceito de valor artístico na era digital. ato que gerou grande repercussão mundial e acendeu um debate sobre a natureza da arte e o valor da fama

A obra “Comediante”, de Maurizio Cattelan, que consistia em uma simples banana colada na parede, gerou uma série de reações inusitadas. Uma delas foi a atitude do colecionador Sun, que, após arrematar a peça em um leilão, decidiu seguir o exemplo de outros visitantes e consumiu a fruta.

Essa ação não apenas chamou a atenção para a natureza provocativa da obra, mas também levantou questionamentos sobre o valor da arte e a relação entre o artista, a obra e o público. Ao comer a banana, Sun não apenas destruiu a obra física, mas também participou de uma performance artística que questiona a própria ideia de originalidade e autenticidade em arte.

“Esta não é apenas uma obra de arte”, disse Sun em um comunicado à Sotheby’s após comprar a banana. “Representa um fenômeno cultural que une os mundos da arte, memes e a comunidade de criptomoedas. Acredito que esta peça inspirará mais reflexão e discussão no futuro e se tornará parte da história.”

A disputa pela obra


A disputa pelo título de proprietário da obra de arte mais inusitada do momento movimentou a plateia da Sotheby’s em Nova York. O leilão da banana, criada pelo artista Maurizio Cattelan começou com um lance inicial de US$ 800 mil (cerca de R$ 4,7 milhões), um valor já considerável para uma fruta. No entanto, a expectativa de um valor ainda mais alto se confirmou rapidamente.

Em questão de minutos, os lances ultrapassaram a marca de US$ 5,2 milhões (aproximadamente R$ 30 milhões), demonstrando o grande interesse e a valorização que a obra tem conquistado no mercado de arte contemporânea. Com a adição da taxa do comprador, o valor final da obra atingiu a cifra de US$ 6,2 milhões (cerca de R$ 35 milhões), surpreendendo a todos os presentes no evento.

Superando todas as expectativas, a banana foi arrematada por um valor que deixou o mundo da arte em choque. A estimativa máxima de pré-venda era de US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 8,7 milhões), um valor já considerado alto para uma obra tão simples e provocativa. No entanto, a disputa entre os colecionadores foi acirrada, e o lance final superou em muito essa estimativa.

O empresário de criptomoedas Justin Sun, fundador da Tron, levou a melhor e adquiriu a obra por um valor de US$ 6,2 milhões (cerca de R$ 35 milhões). A decisão de pagar por uma fruta com fita adesiva uma quantia tão significativa demonstra o poder e a influência do mercado de arte contemporânea.

Comunicado do comprador

Em um comunicado oficial, Justin Sun expressou sua empolgação com a aquisição da polêmica obra de arte “Comediante”. Para o empresário, a banana representa muito mais do que um simples objeto. Sun enxerga na obra um símbolo cultural que transcende as fronteiras da arte e conecta diferentes universos, como a arte, os memes e o mundo das criptomoedas.

Ao adquirir a peça, Sun não está apenas adquirindo um objeto de arte, mas também se tornando parte de um movimento cultural que questiona as convenções e desafia as nossas percepções sobre o valor. O empresário acredita que a obra continuará gerando debates e reflexões por muitos anos, tornando-se um marco na história da arte contemporânea.

Sun também revelou sua intenção de comer a banana, seguindo o exemplo de outros espectadores que já haviam consumido a fruta em exibições anteriores. Essa atitude, além de ser uma provocação, também é uma forma de homenagear a obra e participar ativamente de sua história.

Sobre o artista

Maurizio Cattelan, o artista italiano responsável pela polêmica banana colada na parede, é reconhecido mundialmente por suas obras provocativas e que desafiam as convenções da arte. Seu trabalho, caracterizado por um humor ácido e uma crítica social incisiva, aborda temas como religião, poder e a própria natureza da arte.

Ao longo de sua carreira, Cattelan chocou o mundo com criações como “La Nona Ora”, uma escultura que retrata o Papa João Paulo II sendo atingido por um meteorito, e “America”, um vaso sanitário de ouro maciço. Essas obras, assim como a banana, geraram debates acalorados e dividiram opiniões, consolidando a reputação de Cattelan como um dos artistas mais controversos e influentes da sua geração.

O que dizem os especialistas em obras de artes

A Sotheby’s, renomada casa de leilões que intermediou a venda da polêmica banana de Maurizio Cattelan, apresentou a obra “Comediante” como uma sátira inteligente e provocativa. Segundo os especialistas da casa de leilões, a obra, além de ser cômica e absurda, representa uma crítica contundente ao mercado de arte contemporâneo e à valorização exacerbada de objetos aparentemente banais.

A comparação com a obra de Banksy, “Garota com Balão”, que se autodestruiu durante um leilão, é reveladora. Ambas as obras questionam a natureza da arte e o valor atribuído às obras de arte, além de explorarem o elemento surpresa e a performance como parte integrante da experiência artística.

Leia também: Banana é leiloada por R$ 35 milhões como obra de arte

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