O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), reconhecido como uma das principais portas de entrada para universidades brasileiras, também pode ser a chave para conquistar uma vaga em instituições de ensino superior no exterior.
Embora a aceitação do Enem varie entre os países e universidades, ele está gradualmente se tornando um critério de admissão em algumas das principais instituições fora do Brasil.
O que é o Enem e como ele funciona no Brasil?
Criado em 1998, o Enem é uma avaliação nacional utilizada amplamente no processo de ingresso em universidades brasileiras. Ele é aceito no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e no Programa Universidade para Todos (ProUni), além de ser requisito para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Mas você sabia que ele pode ir além das fronteiras nacionais? Embora sua aceitação seja limitada em algumas regiões, o Enem já é considerado por várias universidades internacionais.
Onde o Enem é aceito no exterior?
Portugal: o principal destino
Portugal lidera como o país que mais aceita as notas do Enem em seu processo seletivo. Graças a um acordo entre o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e instituições portuguesas, mais de 35 universidades e institutos politécnicos utilizam o exame como critério de admissão. Entre as principais instituições estão:
- Universidade Nova de Lisboa
- Universidade do Minho
- Universidade de Aveiro
- Instituto Politécnico do Porto
É importante destacar que as regras e os pesos atribuídos às notas variam conforme a instituição.
Reino Unido: uma oportunidade para poucos
No Reino Unido, o uso do Enem como critério de admissão ainda é restrito. Instituições como a Universidade de Oxford e a Universidade de Cambridge não aceitam o exame brasileiro. Por outro lado, universidades como a Kingston University e a Universidade de Glasgow incluem o Enem em seus processos, geralmente combinando-o com outras qualificações.
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Estados Unidos e Canadá
Nos EUA, instituições renomadas como a New York University (NYU) e a Northeastern University consideram o Enem no processo de seleção, embora também exijam outros documentos e testes, como o SAT ou ACT. No Canadá, universidades como a Universidade de Toronto e o Humber College também mencionam o Enem em seus processos seletivos.
Irlanda
Universidades irlandesas, como a University College Dublin e a National College of Ireland, estão entre as que aceitam o Enem, permitindo que brasileiros ampliem suas possibilidades de estudo na Europa.
Como se preparar para usar o Enem no exterior?
- Pesquise as exigências da universidade: cada instituição tem critérios específicos para o uso da prova. Consulte os sites oficiais e entre em contato diretamente, se necessário.
- Traduza seus documentos acadêmicos: certificados de conclusão de ensino médio e as notas do Enem devem ser traduzidos por tradutores juramentados.
- Atenda aos requisitos adicionais: em muitos casos, o Enem é apenas um dos critérios, sendo necessário apresentar cartas de recomendação, histórico escolar e, em alguns casos, testes padronizados.
- Considere as despesas: além do custo do curso, inclua no planejamento financeiro gastos com visto, moradia e passagens.
Vantagens de usar o Enem para estudar no exterior
- Menor competição em algumas instituições: comparado aos processos seletivos locais, o Enem pode ser uma opção menos concorrida.
- Possibilidade de estudar em português: em Portugal, muitos cursos são ministrados no idioma.
- Reconhecimento internacional: um diploma obtido no exterior pode abrir portas para carreiras globais.
Pontos de atenção
Nem todas as universidades consideram o Enem suficiente. Países como a Alemanha, por exemplo, exigem exames específicos, como o Abitur, realizado em escolas alemãs no Brasil.
Além disso, o certificado de ensino médio brasileiro pode ser considerado insuficiente em instituições mais tradicionais, como Cambridge, que recomenda estudos adicionais.
O Enem se consolida como uma alternativa viável para quem busca estudar fora do Brasil. Desde Portugal, com sua ampla aceitação, até os EUA e Canadá, o exame abre portas para estudantes brasileiros em diversos continentes. No entanto, é essencial compreender os critérios de cada instituição e preparar-se adequadamente para o processo de admissão.