A bolsa climática, B4, projeta crescimento até 2025, com mais de R$ 20 bilhões em custódia e 300 projetos em cronograma, revolucionando o mercado de carbono
80 milhões de toneladas de créditos sustentáveis estão em cronograma de listagem na plataforma; cerca de 300 projetos também estão em cronograma, além de outros avanços: é assim que a B4, a primeira bolsa de ação climática do Brasil, comemora seu primeiro ano desde o lançamento oficial da bolsa no mercado.
Celebrado em 13 de agosto, o primeiro aniversário da B4 marca um grande avanço, não apenas na bolsa, mas também em todo o mercado financeiro e de sustentabilidade. Esse avanço pode ser visto nos números acumulados no período, que demonstram o desenvolvimento das empresas para compreender a importância de listar seus créditos e das outras empresas em compensar suas emissões comprando esses ativos.
“As empresas começaram a entender quem é a B4 e como somos importantes aliados no processo de implantação de uma jornada de sustentabilidade dentro dos negócios. Muitas empresas têm procurado a B4 para solicitar seu inventário de pegada de carbono. Além disso, estamos com quase 300 projetos e 80 milhões de toneladas de créditos”, diz Odair Rodrigues, fundador e CEO da B4.
Novas tendências com a bolsa climática
O CEO da bolsa ainda fala da superação da expectativa inicial da B4. “Quando lançamos a bolsa, tínhamos a expectativa de que o mercado iria movimentar R$ 12 bilhões no primeiro ano; essa expectativa foi superada e o mercado está mais aquecido do que projetamos”, diz Odair.
Esse aquecimento pode ser visto por meio dos números: somente em 2022, o mercado voluntário mundial de créditos de carbono atingiu US$ 2 bilhões e houve um salto expressivo para 2023 e 2024. Além disso, a consultoria McKinsey prevê que o mercado de carbono atinja US$ 50 bilhões até 2030.
Uma vez que o mercado superou as expectativas dentro de um ano, em 2025 os números devem ser ainda maiores. “A B4 já tem quase 300 projetos em cronograma de listagem e, só com eles, temos mais de R$ 20 bilhões em custódia. Cada vez mais o mercado supera as expectativas, então é provável que, no próximo ano, esses números alcancem patamares ainda maiores”, diz o CEO da B4.
Ainda que o cenário seja positivo para o mercado de carbono, o Brasil continua lento no processo de regulamentação do setor. Isso faz com que o país perca oportunidades de investimentos e continue reprimindo a demanda de mercado, que é global. “O Brasil é um dos maiores potenciais para geração de crédito de carbono, mas é necessário que haja regulamentação. Sem ela, atores do mercado são forçados a buscar alternativas que anulem esse potencial, como, por exemplo, importar crédito de carbono. É necessário mudar este cenário e fazer com que haja entendimento do nosso potencial e regulamentação do mercado. É isso que estamos cobrando e querendo destacar a todos”, conclui Rodrigues.
Agente do Clima
Em relação ao inventário de pegada de carbono, a B4 deu um grande passo recentemente, em comemoração ao primeiro aniversário, iniciando as operações do “Agente do Clima” – uma ferramenta de Inteligência Artificial que ajuda as empresas a medirem a pegada de carbono de seus negócios, gerando relatórios detalhados em até 24 horas.
“O Agente do Clima é uma ferramenta que faz parte do propósito da B4 de ajudar as empresas a entenderem quais são os impactos reais no meio ambiente, para que assim possam reduzi-los. Além das respostas geradas nos relatórios da IA servirem para guiar as empresas, todos os dados coletados na ferramenta serão integrados ao nosso Relógio de Ação Climática, para rastrear os impactos na economia global e dar um panorama geral dos dados climáticos dentro do contexto de emissões de CO₂”, completa Odair.