A China tem buscado reduzir a emissão líquida de carbono até 2060
O segundo maior poluidor do planeta, segundo um estudo elaborado pela Carbon Brief, site especializado na cobertura de grandes eventos climáticos, a China, tem procurado formas de se tornar um emissor líquido neutro em 2060. Dados do Centro Empresarial Brasil-China (CEBC) apontam que o gigante asiático tem focado em investimentos em projetos verdes no Brasil.
O setor de energia elétrica liderou o recebimento de capital chinês no país em 2023, com 39% dos investimentos, seguido pelo setor automotivo (33%), com carros híbridos ou 100% elétricos. Dos 29 projetos em andamento no país no ano passado, 19 faziam parte do setor de eletricidade, representando 66% do total.
China investe cada vez mais em sustentabilidade
Os números fazem parte do relatório “Investimentos Chineses no Brasil – Novas Tendências em Energias Verdes e Parcerias Sustentáveis 2023”, divulgado pelo CEBC.
“O Brasil já tem uma matriz energética limpa, a mais limpa do G20, então temos um grande potencial para atrair os investimentos que estão se repetindo agora”, avaliou o diretor de conteúdo e pesquisa do CEBC, Túlio Carello. “Ou seja, é um movimento que parte também da China, de uma política doméstica que reflete na política externa do país, e já temos aqui uma parceria bem consolidada nessa área”, afirmou.
A decisão da China de investir em “infraestrutura” abre um enorme leque de possibilidades para o Brasil, principalmente em áreas ligadas à energia elétrica, onde já existem empresas chinesas no país com iniciativas em hidrelétricas, energias solar e eólica, baterias elétricas, painéis fotovoltaicos e carros eletrificados, de acordo com o CEBC.
“Somente em 2023, de todos os projetos chineses em território nacional, 72% foram direcionados a energias verdes e segmentos relacionados – o maior percentual registrado em termos históricos”, destaca o documento.
Investimentos pelo Brasil
Na distribuição geográfica, a região Sudeste obteve 68% dos recursos chineses no país, seguida pelo Nordeste, com 16%, Centro-Oeste, com 13% e Sul, com 1,3%. Entre os estados, São Paulo teve grande destaque, com 39%, mesmo com uma queda de 6% em relação a 2022. Na direção oposta, Minas Gerais cresceu 8 pontos percentuais; além disso, Goiás aumentou 2 pontos percentuais.