A indústria da moda tem passado por transformações significativas nos últimos anos, principalmente no que diz respeito à inclusão social. Diversidade, sustentabilidade e responsabilidade social se tornaram pilares cada vez mais evidentes no discurso e nas práticas de muitas marcas e campanhas. Nesse cenário, o papel de figuras públicas, como misses e modelos, tem sido crucial na promoção de mudanças positivas.
Um exemplo é Gabriele Marinho, modelo e miss, que usa sua plataforma para promover ações sociais por meio de sua atuação como embaixadora da ONG Nutrindo Vidas e de projetos como a Casa Florescer, em São Paulo. Em entrevista, Gabriele falou sobre a importância de figuras públicas no incentivo à inclusão social no mundo da moda, destacando como essas iniciativas podem impactar positivamente a imagem e os resultados financeiros das marcas.
O papel das misses e modelos na inclusão social
Modelos e misses têm um papel essencial em influenciar a indústria da moda para uma maior inclusão social. De acordo com Gabriele, elas devem usar sua visibilidade para empoderar outras mulheres e abrir espaço para mais diversidade nas passarelas e nas campanhas. “Apesar dos padrões de beleza e algumas preferências das marcas, vejo que a indústria está muito mais aberta para a inclusão social. Estamos no caminho para melhorar cada dia mais nesse quesito”, afirma.
A inclusão social no mundo da moda é um processo em construção, mas já é possível ver avanços. O Miss Brasil 2024, por exemplo, incluiu mulheres mais velhas e mães entre as concorrentes, algo inédito até então. Essa abertura para novas representações é vista por Gabriele como uma vitória, e ela acredita que isso deve ser expandido para outros segmentos da indústria.
A mudança no cenário da moda e o impacto econômico
A moda tem um histórico de exclusão de minorias, e a inclusão de diferentes corpos, etnias e idades ainda está em evolução. Para Gabriele, há avanços visíveis, embora o caminho seja longo. “Hoje em dia, vemos mais diversidade nas campanhas e marcas, mas é um processo contínuo”, observa. Além do impacto social, esse movimento traz benefícios econômicos às marcas que adotam práticas inclusivas.
Projetos de inclusão social, como os promovidos por Gabriele, são capazes de gerar um impacto econômico positivo para as marcas. Isso se dá, principalmente, pela conexão emocional que os consumidores desenvolvem ao se verem representados nas campanhas. “A representatividade e a inclusão aumentam o vínculo e a fidelidade do público, impactando também nas vendas de determinada marca”, explica a modelo.
A importância da responsabilidade social na moda
O ativismo social de Gabriele, como sua atuação na ONG Nutrindo Vidas, ainda não atraiu apoio direto de marcas do setor de moda, mas ela acredita que pode influenciar positivamente o setor. “Espero que um dia as marcas se conectem diretamente a esse projeto e tantos outros que fazem a diferença na nossa sociedade”, declara.
A ONG Nutrindo Vidas, da qual Gabriele é embaixadora, oferece apoio a moradores de rua e famílias em situação de vulnerabilidade social, fornecendo alimentos, roupas e outros itens essenciais. Além disso, ela ajuda a Casa Florescer oferecendo apoio a pessoas trans em situação de rua. Essas iniciativas não só melhoram a qualidade de vida de quem é atendido, mas também reforçam a importância da responsabilidade social na moda.
A influência das práticas ESG na moda
Com o crescente foco nas práticas de ESG (ambiental, social e governança), associar figuras públicas a essas iniciativas pode fortalecer a imagem das marcas. Gabriele acredita que, como figuras públicas, misses e modelos têm a capacidade de influenciar o comportamento de seus seguidores e consumidores. “Se este meu trabalho de alguma forma impacta o mundo da moda em que estou inserida, meu papel como cidadã, estudante de direito e miss foi cumprido”, afirma.
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Ela destaca que, ao promover causas sociais e se engajar em iniciativas de ESG, as marcas conseguem conquistar uma imagem positiva e gerar um impacto real na sociedade. Essa combinação de responsabilidade social e inclusão pode, consequentemente, influenciar positivamente os resultados financeiros das empresas do setor.
Inclusão social como catalisador de práticas sustentáveis
Outro ponto levantado por Gabriele é a relação intrínseca entre inclusão social e sustentabilidade. “Sustentabilidade e inclusão social são faces da mesma moeda. É impossível falar em um mundo sustentável sem combater a desigualdade social”, diz. Ela defende que a sustentabilidade não se limita ao meio ambiente, mas também envolve a criação de uma sociedade mais justa e equitativa, onde todos têm a oportunidade de se desenvolver.
Nesse contexto, a inclusão social no setor da moda pode ser um catalisador de práticas mais sustentáveis. Ao valorizar a diversidade e promover a igualdade de oportunidades, as marcas contribuem para a construção de uma economia mais justa e equilibrada, o que beneficia tanto a sociedade quanto o meio ambiente.