A sustentabilidade está no DNA dos festivais Rock in Rio e The Town, que além de promoverem grandes shows, investem em iniciativas sociais e ambientais com impacto significativo a curto, médio e longo prazos. Em quatro décadas de história, foram aplicados R$ 118 milhões em projetos que vão desde a educação e a indústria da música até o reflorestamento. Desde 2013, o Rock in Rio conta com a certificação ISO 20121, que atesta a sustentabilidade de grandes eventos.
Os festivais adotam uma visão sistêmica e relatórios periódicos para monitorar o impacto de suas ações, que não se restringem aos empregos gerados ou aos bilhões movimentados na economia. Com o compromisso de deixar um legado positivo, os eventos são pioneiros em acessibilidade e inclusão, permitindo que todos desfrutem das experiências de forma confortável e segura.
Ações de curto prazo: solidariedade em tempos de crise
No curto prazo, os festivais estão atentos a causas emergentes, como a fome. Em uma parceria com as ONGs Ação da Cidadania e Gerando Falcões, o Rock in Rio promoveu o movimento “Dia Brasil de Rock in Rio”, cujas doações foram destinadas ao Rio Grande do Sul para auxiliar as vítimas das enchentes na região. Foram arrecadados recursos que resultaram em 1,5 milhão de pratos de comida, além de direitos da música “Deixa o Coração Falar” e contribuições dos fãs.
Além disso, as ações de acessibilidade se destacam. Em todas as edições, os festivais oferecem estruturas e serviços adaptados, como plataformas elevadas, comunicação em libras e atendentes especializados para apoiar pessoas com deficiência (PCD).
A médio prazo: desenvolvimento social com impacto
A médio prazo, os esforços dos festivais se concentram no desenvolvimento social, com projetos que rompem ciclos de pobreza. Um exemplo é a parceria com a ONG Gerando Falcões, Gerdau e Fundação Grupo Volkswagen no projeto Favela 3D, que levou mudanças significativas para comunidades vulneráveis. Em São Paulo, as famílias da Favela do Haiti foram beneficiadas, e no Rio de Janeiro, as áreas do Buraco e Sessenta, na histórica favela do Morro da Providência, receberam iniciativas de urbanismo social e geração de renda, co-criadas em participação com a população local.
O projeto propõe soluções que abrangem desde o desenvolvimento digital até melhorias na infraestrutura, criando um ambiente mais digno e inclusivo para os moradores. As ações são pensadas para gerar transformação e oportunidades, impactando diretamente a qualidade de vida e o futuro das comunidades envolvidas.
A longo prazo: compromisso com o meio ambiente
A sustentabilidade ambiental é um compromisso de longo prazo dos festivais. O Rock in Rio e o The Town buscam reduzir e mitigar os impactos ambientais, engajando todos os seus stakeholders — parceiros, fornecedores, colaboradores e público — em suas práticas sustentáveis. Entre os projetos de destaque está o Amazônia Live, iniciativa em parceria com a Conservação Internacional (CI-Brasil) que já plantou quase 4 milhões de árvores nas margens do Rio Xingu.
Além disso, o Rock in Rio Escola Solar, realizado em 2016, instalou 760 painéis de energia solar em 38 escolas públicas portuguesas, projeto reconhecido pelo prestigiado prêmio Energy Globe Awards. Em 2024, a Cidade do Rock contará com 43 postes de energia fotovoltaica, que iluminarão parte do evento com energia renovável, e as subestações responderão por 65% do total de energia consumida.
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Metas de sustentabilidade para 2030
Em 2022, o Rock in Rio estabeleceu metas ambiciosas para a sustentabilidade até 2030. Entre os objetivos estão:
- Uso de 50% de alimentação saudável e sustentável.
- Envolvimento de 100% dos stakeholders nas políticas de sustentabilidade.
- Eliminação completa de resíduos em aterros sanitários.
- Avaliação pública de 100% em relação à acessibilidade, inclusão e pluralidade.
Essas metas refletem o compromisso dos festivais em fazer mais do que apenas promover grandes eventos. A visão é criar uma cultura de sustentabilidade que se expanda para além dos dias de shows, envolvendo todos os participantes em um movimento global por um futuro melhor.
Seis momentos históricos em prol da sustentabilidade
Ao longo de sua história, o Rock in Rio acumulou marcos importantes em sua trajetória sustentável:
- Selo 100R (2006): Primeira certificação internacional de boas práticas em relação a resíduos e emissões de carbono zero.
- Rock in Rio Escola Solar (2008): Incentivou estudantes a desenvolverem projetos sustentáveis, instalando painéis fotovoltaicos em 38 escolas.
- ISO 20121 (2013): Primeiro grande festival a obter a certificação de Eventos Sustentáveis, implementada em todas as edições subsequentes.
- Prêmio Atitude Sustentável (2013): Reconhece parceiros que promovem boas práticas ambientais, sociais e econômicas durante os eventos.
- Amazônia Live (2016): Projeto de reflorestamento e valorização da cultura indígena, com plantio de milhões de árvores.
- Dia Brasil (2024): Iniciativa que uniu artistas para arrecadar recursos contra a fome e a pobreza no Brasil.
Patrocínio Vale: parceria para um futuro sustentável
A Vale, patrocinadora principal do evento, reafirma seu compromisso com a preservação ambiental. Com quase 40 anos de atuação na Amazônia, a empresa ajuda a proteger cerca de 1 milhão de hectares de florestas, sendo 800 mil na região amazônica. A colaboração com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é fundamental para manter a floresta em pé e promover o desenvolvimento sustentável.
Rock in Rio e The Town: um legado que vai além da música
Com uma trajetória marcada por momentos emblemáticos e iniciativas de impacto, o Rock in Rio e o The Town mostram que é possível unir diversão e responsabilidade social. Mais do que entretenimento, os festivais se consolidam como plataformas de transformação, engajando milhões de pessoas na construção de um mundo melhor para todos.