COP29: críticas e apelos por reformas no combate climático

Ex-autoridades da ONU publicam carta aberta denunciando falhas nas cúpulas climáticas e sugerem que países sem compromisso com combustíveis fósseis não sejam anfitriões

Delegações e organizações não governamentais (ONGs) saíram em defesa da 29ª Cúpula do Clima (COP29) nesta sexta-feira (15), após a divulgação de uma carta aberta assinada por ex-líderes e especialistas das Nações Unidas, que criticaram a adequação do evento para tratar das questões climáticas globais.

A carta, divulgada no contexto de uma cúpula marcada por desafios e tensões, questiona o processo e a eficácia das negociações, sugerindo que a COP29 precisa ser reformada para atender melhor aos objetivos climáticos. O grupo de ex-líderes argumentou que as negociações precisam ser mais eficazes e que o processo atual não está cumprindo as expectativas.

COP29 debate mudanças climáticas e reformas no processo global
COP29 debate mudanças climáticas e reformas no processo global  |Foto: Reprodução/Kamran Guliyev/UN Climate Change

Em resposta a essas críticas, o negociador-chefe da presidência da COP29, Yalchin Rafiyev, defendeu o formato do evento e a continuidade das negociações. “O processo já deu resultados significativos, até agora, reduzindo o aquecimento projetado e fornecendo financiamento para os países necessitados”, afirmou.

Ele reconheceu que o sistema multilateral está sob pressão, mas destacou que a COP29 representa um “teste decisivo” para a arquitetura climática global, ressaltando que é o único fórum em que praticamente todos os países do mundo podem discutir e negociar as ações necessárias para enfrentar a crise climática. Rafiyev também reforçou que a cúpula está gerando avanços em termos de financiamento climático, uma das questões centrais das negociações, e que é “melhor do que qualquer alternativa”, apesar das falhas do sistema.

Michai Robertson, negociador-chefe da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS), também se posicionou em defesa da COP29. Robertson argumentou que a cúpula continua sendo a única plataforma onde as pequenas nações insulares podem ser ouvidas e participar ativamente das discussões globais sobre o clima.

Essas nações, frequentemente as mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, têm um papel essencial nas negociações, e sua presença na COP é vista como crucial para garantir que suas necessidades e preocupações sejam levadas em consideração.

Por outro lado, Cat Abreu, diretora do International Climate Politics Hub, lembrou que, embora o processo da COP não seja perfeito, ele ainda é a melhor opção disponível. “Está claro que a mudança é possível dentro deste processo, e há espaço para feedback construtivo, onde podem ser oferecidas ideias para melhorias. E acho que era isso que se pretendia com esta carta”, explicou Abreu. Ela destacou que, em vez de abandonar o processo, é necessário aperfeiçoá-lo para garantir maior efetividade nas negociações e na implementação das ações climáticas.

A COP29 está sendo realizada em Baku, capital do Azerbaijão, com a participação de quase 200 países. O principal objetivo da cúpula é chegar a um acordo sobre uma nova meta de financiamento climático, focando em como os países desenvolvidos podem apoiar os países em desenvolvimento na adaptação às mudanças climáticas e na recuperação de desastres climáticos devastadores.

A pressão para um acordo concreto é grande, uma vez que os países mais pobres e vulneráveis enfrentam desafios cada vez mais difíceis devido aos impactos do aquecimento global, como secas, inundações e tempestades mais intensas.

Apesar das críticas, as negociações continuam em andamento, com as delegações de diversos países defendendo a continuidade do processo e buscando garantir compromissos financeiros mais robustos para enfrentar as emergências climáticas globais.

Delegações e ONGs defendem a COP29

Em resposta à carta aberta de ex-líderes das Nações Unidas que questionaram a eficácia da COP29, delegações e ONGs reafirmaram a importância da cúpula, nesta sexta-feira (15). A carta, publicada em meio a uma conferência marcada por desafios, destacou a necessidade de reformas nas negociações climáticas.

Michai Robertson, negociador-chefe da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS), ressaltou que a COP é a única plataforma onde as nações insulares podem participar das discussões sobre mudanças climáticas. Por sua vez, Cat Abreu, diretora do International Climate Politics Hub, reconheceu as falhas do processo, mas afirmou que a COP é a melhor opção disponível e que há espaço para ajustes construtivos.

Em meio à tensão, o negociador-chefe da presidência da COP29, Yalchin Rafiyev, defendeu o processo, apontando que já trouxe resultados, como a redução das projeções de aquecimento e o financiamento para países necessitados. Rafiyev, contudo, reconheceu que o processo multilateral enfrenta pressão e considerou a COP29 um “teste decisivo” para a arquitetura climática global.

Quase 200 países estão reunidos em Baku, no Azerbaijão, para discutir uma nova meta de financiamento destinado a apoiar os países em desenvolvimento na adaptação às mudanças climáticas e na recuperação de eventos climáticos extremos.

Qual o impacto da COP29 na população?

As decisões tomadas durante a COP29 terão impacto direto nas políticas públicas, na economia e na qualidade de vida das pessoas em todo o mundo. Um acordo eficaz pode resultar em investimentos maiores em energia renovável, infraestrutura ecológica e tecnologias sustentáveis, o que geraria novos empregos e impulsionaria o crescimento econômico sustentável.

Além disso, medidas eficazes podem ajudar a minimizar os impactos negativos das mudanças climáticas, como desastres naturais, aumento do nível do mar e eventos climáticos extremos, protegendo as comunidades mais vulneráveis.

A COP29, realizada em Baku, é um momento decisivo para as políticas climáticas globais. As decisões tomadas durante a cúpula terão efeitos duradouros, especialmente com a proximidade da COP30, prevista para 2025 em Belém, Brasil. Este evento representará uma oportunidade para o Brasil se destacar como líder nas questões climáticas, em um cenário global que está cada vez mais atento à sustentabilidade e à justiça climática.

Leia também: Entenda os principais temas da COP29 no Azerbaijão

Atualize-se.
Receba Nossa Newsletter Semanal

Sugestões para você