Biden anuncia US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia

Investimentos fazem parte da agenda climática dos EUA e reforçam o compromisso com a conservação da Floresta Amazônica e o combate ao desmatamento ilegal

Neste domingo (17), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um investimento de US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia, como parte de sua visita histórica a Manaus. Esta quantia complementa outros US$ 50 milhões confirmados em fevereiro de 2023, totalizando US$ 100 milhões para o fundo.

Joe Biden durante o anúncio de investimento no Fundo Amazônia.
Joe Biden durante o anúncio de investimento no Fundo Amazônia |Foto: Reprodução/Reuters

A medida visa acelerar a conservação da Floresta Amazônica, proteger sua biodiversidade e enfrentar a crise climática. A visita a Manaus é um marco, sendo a primeira vez que um presidente dos EUA visita o bioma. Após a agenda no Amazonas, Biden segue para o Rio de Janeiro, onde participará da cúpula do G20. O novo aporte de recursos se insere dentro da agenda climática de Biden, que inclui uma série de iniciativas globais para aumentar o financiamento climático internacional dos EUA.

O presidente norte-americano anunciou que os Estados Unidos cumpriram sua promessa de elevar o financiamento climático para mais de US$ 11 bilhões por ano até 2024, consolidando o país como o maior fornecedor bilateral de financiamento climático no mundo. A coalizão lançada em Manaus, chamada de Coalizão Brasil de Financiamento da Restauração e da Bioeconomia, busca mobilizar até US$ 10 bilhões em investimentos públicos e privados para projetos de restauração ambiental e bioeconomia até 2030.

O Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi criado em 2006 com o objetivo de combater o desmatamento e incentivar a conservação da maior floresta tropical do planeta. Além de contribuir para o fundo, os EUA também anunciaram que repassarão pelo menos US$ 500 milhões para apoiar projetos voltados para as comunidades indígenas e locais da Amazônia.

Biden também destacou o papel fundamental das parcerias internacionais na preservação ambiental e no combate à mudança climática, alinhando sua visita com a agenda ambiental do Brasil, que recentemente registrou uma redução de 45% nas taxas de desmatamento.

Durante sua estadia em Manaus, Biden sobrevoou a Floresta Amazônica e se encontrou com lideranças indígenas e pesquisadores, reforçando o compromisso dos EUA com a sustentabilidade da região. A visita contou com a participação de autoridades locais, incluindo o governador do Amazonas, Wilson Lima, e representantes de ONGs que atuam na defesa da floresta.

A importância da colaboração internacional foi destacada, especialmente em um momento de crescente pressão sobre a Amazônia, que enfrenta desafios como o desmatamento ilegal e o avanço de atividades predatórias no bioma.

Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, celebrou o anúncio do investimento, ressaltando que o Fundo Amazônia tem se mostrado essencial no combate ao desmatamento ilegal, uma vez que grande parte das ações de degradação ambiental na Amazônia ocorre de forma ilegal.

Ele também destacou que as políticas públicas adotadas pelo governo brasileiro têm contribuído significativamente para a redução das taxas de desmatamento, tornando a meta de zerá-lo uma possibilidade real.

A visita de Biden e os investimentos anunciados reforçam a importância de um esforço conjunto para enfrentar a crise climática e proteger a biodiversidade global. O apoio dos EUA ao Fundo Amazônia e à Coalizão de Financiamento para Restauração e Bioeconomia é uma demonstração clara de que a preservação da Amazônia é uma prioridade global. Ao mesmo tempo, essas ações também promovem o desenvolvimento sustentável para as comunidades locais, oferecendo alternativas econômicas que não dependem da destruição da floresta.

Além de fortalecer a relação entre os dois países, os investimentos e as parcerias estabelecidas durante a visita de Biden mostram que o futuro da Amazônia está diretamente ligado ao compromisso de governos, organizações internacionais e sociedade civil em trabalhar juntos para garantir a proteção deste patrimônio global. O desafio continua sendo o combate ao desmatamento ilegal e a promoção de políticas públicas eficazes que integrem a conservação ambiental e o desenvolvimento social e econômico da região.

O que é o Fundo Amazônia?

O Fundo Amazônia foi criado pelo Brasil durante a 12ª Conferência Mundial do Clima (COP 12), em 2006, no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Seu objetivo principal é atrair contribuições voluntárias de outros países para combater as emissões de gases de efeito estufa geradas pelo desmatamento, além de promover a conservação ambiental e o desenvolvimento de uma economia sustentável na Amazônia.

O programa é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e tem como meta financiar ações que protejam a floresta e incentivem práticas sustentáveis na região. Até hoje, mais de 207 mil pessoas foram diretamente beneficiadas pelo Fundo, com a participação de 384 instituições.

Sobre o G20

Joe Biden chegou a Manaus, no Amazonas, um dia antes do início da cúpula do G20, que será realizada no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro. A reunião do Grupo dos Vinte começa na segunda-feira (18/11), e o Brasil, que exerceu a presidência do G20 durante o último ano, passará o comando para a África do Sul ao final do evento.

Na manhã de segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberá autoridades de diversos países. Entre os líderes esperados estão Joe Biden, dos Estados Unidos; Xi Jinping, da China; e Javier Milei, da Argentina. A cúpula ocorrerá entre segunda e terça-feira (19/11).

Leia também: Fundo Amazônia recebe da União Europeia 20 milhões de euros

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