Batata, alface, transporte por aplicativo e gás foram alguns dos itens que contribuíram para a alta da inflação na capital gaúcha após as enchentes
As recentes enchentes em Porto Alegre, que deixaram aproximadamente 175 mortos no Rio Grande do Sul, tiveram um impacto significativo na economia local. Além das tragédias humanas, o cenário de calamidade também afetou os preços dos alimentos e serviços na cidade.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação em Porto Alegre fechou em 0,87% no mês de maio, a maior alta do país. Itens como batata, alface, transporte por aplicativo e gás foram os principais responsáveis por essa elevação.
A batata Inglesa registrou um aumento de quase 24% no mês de maio. A situação foi agravada pelo final da safra das águas e o início da safra das secas, o que reduziu a oferta no mercado.
A alface também sofreu uma alta de quase 21%. A escassez de produtos alimentícios devido à enchente contribuiu para esse aumento.
Com a cidade enfrentando dificuldades de mobilidade devido às inundações, os serviços de transporte por aplicativo tiveram seus preços impactados. A demanda por esses serviços aumentou, refletindo-se nos valores cobrados.
O botijão de gás também ficou mais caro na Região Metropolitana, subindo 7%. A falta de pessoal nas distribuidoras e as dificuldades de transporte afetaram o mercado, mesmo sem desabastecimento.
A Região Metropolitana de Porto Alegre tem peso regional de 8,61% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Sendo a quarta área com maior peso dentro do IPCA, a variação dos preços em Porto Alegre influenciou o resultado nacional. O gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, André Almeida, destacou essa relação.
Em meio à tragédia das enchentes, produtores rurais também foram afetados. Em algumas áreas, como Santa Maria, não sobrou nada das hortaliças plantadas nas propriedades. A situação é crítica, e a recuperação econômica será um desafio para a cidade.