Mercado termina semana em alta com dólar a R$ 5,50

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam a semana em alta, refletindo um cenário de otimismo impulsionado por dados de inflação e declarações de autoridades do Banco Central. Na sexta-feira, 9 de agosto de 2024, o dólar caiu 3,4% na semana, fechando próximo de R$ 5,50, enquanto o Ibovespa atingiu seu melhor patamar desde fevereiro deste ano.

Dólar em queda e Ibovespa em alta

O dólar encerrou a semana com uma queda de 1,05% apenas na sexta-feira, sendo negociado a R$ 5,515 na venda. Com essa baixa, o dólar acumulou uma queda de 3,43% na semana, registrando a primeira queda semanal após três semanas consecutivas de ganhos. O recuo da moeda americana foi favorecido pela melhora no clima global e pela diminuição dos temores de uma recessão nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou a sexta-feira com uma alta de 1,52%, alcançando 130.614 pontos — o melhor resultado desde o final de fevereiro. Durante a semana, o Ibovespa subiu 3,78%, também registrando sua primeira alta após três semanas de quedas.

Impactos dos dados de inflação

Os movimentos positivos nos mercados foram impulsionados pelos dados da inflação divulgados na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 0,38% em julho, ante 0,21% no mês anterior, superando ligeiramente as expectativas do mercado. O IPCA acumulado em 12 meses chegou a 4,50%, acima dos 4,23% registrados em junho.

Segundo analistas, o IPCA alinhado com as previsões ajudou a aliviar a curva de juros, que caiu significativamente na sexta-feira. A queda do dólar também contribuiu para esse movimento, sinalizando que o impacto da moeda americana na inflação pode ser menor do que o esperado.

Entre os itens que mais pressionaram o IPCA em julho estão a gasolina, que subiu 3,15%, as passagens aéreas, com alta de 19,39%, e as tarifas de energia elétrica, que aumentaram 1,93% com a entrada em vigor da bandeira amarela.

Leia também: Deflação: ela pode ser prejudicial para a economia?

Expectativas para a política monetária

O resultado da inflação em julho, que atingiu o teto da meta perseguida pelo Banco Central, aumentou as expectativas de que a taxa Selic possa ser elevada nos próximos meses. Atualmente em 10,50% ao ano, a Selic pode ser ajustada para garantir a convergência da inflação à meta, tornando o Brasil mais atrativo para investidores internacionais.

As autoridades do Banco Central indicaram que estão dispostas a tomar as medidas necessárias para controlar a inflação. Na ata de sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) destacou que não hesitará em elevar a Selic caso seja necessário.

Declarações de autoridades do Banco Central

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou na sexta-feira que há um “problema de expectativa” em relação às políticas fiscal e monetária do Brasil no futuro, mas destacou que o governo está se esforçando para lidar com essa questão. Campos Neto, que deixa o cargo em 31 de dezembro deste ano, reafirmou o compromisso do BC com o atingimento da meta de inflação.

Além disso, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou o compromisso da diretoria do BC em perseguir a meta de inflação, afirmando que a instituição está preparada para agir conforme necessário.

Destaques do pregão

No pregão de sexta-feira, o destaque negativo ficou por conta da Petrobras (PETR4), que reportou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2024, o primeiro resultado negativo para o período desde 2020. As ações da estatal caíram 0,92% no dia.

Por outro lado, as ações da Vivara (VIVA3) e das Lojas Renner (LREN3) se destacaram no campo positivo, com avanços de 7,38% e 6,55%, respectivamente, impulsionadas por resultados trimestrais acima das expectativas.

Perspectivas para a próxima semana

Com o mercado voltado para os próximos dados de inflação dos Estados Unidos, que serão divulgados na próxima semana, espera-se que o cenário global continue a influenciar o câmbio e a bolsa brasileira. O alívio observado nesta semana, combinado com uma postura mais vigilante do Banco Central, pode continuar a sustentar o otimismo nos mercados, desde que os dados econômicos se alinhem com as expectativas.

No entanto, os investidores seguem atentos aos desdobramentos tanto no cenário internacional quanto nas políticas domésticas, que podem trazer novas oscilações para o mercado financeiro brasileiro.

Atualize-se.
Receba Nossa Newsletter Semanal

Sugestões para você