Desemprego recua a 6,2% no 4º trimestre, diz IBGE

Em 2024, o Brasil alcançou a menor taxa média de desemprego desde o início da série histórica em 2012, atingindo 6,6%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), nesta sexta-feira, 31 de janeiro. No trimestre encerrado em dezembro, a taxa foi de 6,2%, com uma leve queda em relação ao trimestre anterior, que registrou 6,4%.

Taxa de desemprego no Brasil recua para 6,2% no 4º trimestre.
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no 4º trimestre de 2024 e o menor nível desde 2012 |Foto: Reprodução/Getty Images

Esse desempenho reflete uma significativa recuperação do mercado de trabalho, com a população desocupada somando 7,4 milhões de pessoas, uma redução de 1,1 milhão em comparação com 2023, marcando o menor número desde 2014.

A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, destacou em nota oficial, que os resultados de 2024 refletem a continuidade da trajetória de crescimento no número de trabalhadores, que, inicialmente, em 2022, havia sido uma recuperação das perdas provocadas pela pandemia de Covid-19, em 2020 e 2021. Ela afirmou que, em 2023 e 2024, os ganhos expressivos, mesmo após a recuperação da ocupação pós-pandemia, foram fundamentais para alcançar os recordes observados.

Além disso, a população ocupada também atingiu um recorde histórico de 103,3 milhões de pessoas, com crescimento de 2,6% em relação ao ano anterior. O nível de ocupação (percentual de pessoas empregadas em relação à população em idade de trabalhar) também alcançou o maior patamar da série histórica, atingindo 58,6%, um aumento de 1 ponto percentual em relação a 2023.

Recordes de carteira assinada e informalidade

Em 2024, o número de empregados com carteira assinada bateu recorde, alcançando 38,7 milhões de pessoas, um aumento de 2,7% em relação ao ano anterior. Por outro lado, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado também foi recorde, chegando a 14,2 milhões, com uma alta de 6%. O contingente de trabalhadores domésticos, porém, caiu para 6 milhões, uma redução de 1,5%.

A informalidade, que inclui trabalhadores sem registro em carteira ou autônomos, totalizou 40,3 milhões de pessoas em 2024. A taxa de informalidade, que representa a proporção de ocupados sem vínculo formal de trabalho, foi de 39%, ligeiramente inferior aos 39,2% registrados em 2023. Já o número de trabalhadores por conta própria somou 26,1 milhões, um aumento de 1,9% em relação ao ano passado, consolidando mais um recorde na série histórica.

Rendimento e queda no número de desalentados

O rendimento médio real dos trabalhadores também registrou crescimento em 2024, alcançando R$ 3.225, o maior valor da série histórica, com alta de 3,7% (R$ 115) em relação a 2023. Esse aumento foi acompanhado pelo crescimento da massa de rendimento real habitual, que totalizou R$ 328,9 bilhões, uma alta de 6,5% em comparação com o ano anterior.

A quantidade de pessoas fora da força de trabalho, que inclui aqueles que não estão buscando emprego, como aposentados, estudantes e donas de casa, também registrou uma queda, totalizando 65,6 milhões de pessoas em 2024, o que representa 37,2% da população em idade de trabalhar.

Esse grupo tem diminuído nos últimos anos, refletindo a recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia. Além disso, o número de pessoas desalentadas – aquelas que desistiram de procurar emprego – caiu para 3,3 milhões, uma redução de 11,2% em relação a 2023.

Geração de empregos aumenta em 2024

Em 2024, o Brasil registrou um saldo positivo de 1,69 milhão de empregos formais, conforme divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em nesta quinta-feira, 30 de janeiro. Esse crescimento marca a retomada do mercado de trabalho brasileiro, após dois anos de desaceleração na criação de vagas com carteira assinada.

Embora o número ainda seja inferior aos resultados de 2021 e 2022, que foram de 2,7 milhões e 2 milhões de empregos, respectivamente, a recuperação da geração de empregos é uma tendência positiva após a queda observada nos últimos anos.

Evolução do Saldo de Empregos Formais

  • 2024: 1,7 milhão
  • 2023: 1,48 milhão
  • 2022: 2 milhões
  • 2021: 2,7 milhões
  • 2020: -191,9 mil (queda devido à pandemia)

O saldo de admissões e demissões também evidencia a recuperação: ao longo de 2024, o Brasil registrou 25,6 milhões de contratações e 23,9 milhões de demissões, resultando em um saldo positivo. O mês de dezembro, no entanto, registrou uma perda de 535,5 mil empregos, reflexo das demissões típicas no fim do ano, especialmente com o término de contratos temporários no comércio e outros setores.

Geração de empregos por setor e estado

A criação de empregos formais foi positiva em todos os cinco principais setores da economia, com destaque para o setor de serviços, que gerou quase 1 milhão de novas vagas. A evolução por setores é a seguinte:

  • Serviços: 929.002 empregos
  • Indústria: 306.889 empregos
  • Comércio: 336.110 empregos
  • Agropecuária: 10.808 empregos
  • Construção: 110.921 empregos

Em termos regionais, o mercado de trabalho se aqueceu principalmente nos estados mais populosos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com os seguintes números de empregos gerados:

  • São Paulo: 459.371
  • Rio de Janeiro: 145.240
  • Minas Gerais: 139.503

Já as unidades da Federação com menor geração de empregos foram Amapá, Acre e Roraima.

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