Governo anuncia recorde na produção de petróleo da União

O Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou nesta sexta-feira, 17 de janeiro, que a produção de petróleo da União alcançou um novo recorde em outubro deste ano, superando pela primeira vez a marca de 100 mil barris por dia (bpd).

O volume registrado foi de 104 mil bpd, o que representa um crescimento de 4,4% em relação a setembro, quando o total produzido foi de 99 mil bpd.

Campo de petróleo no Brasil, destaque para o aumento na produção.
Produção de petróleo da União atinge 104 mil bpd em outubro, recorde histórico. Volume supera 100 mil bpd pela primeira vez, diz MME |Foto: Reprodução/Pilar Olivares/Reuters

Conforme informações do ministério, esse aumento foi motivado principalmente pelo incremento no excedente de óleo no Campo de Sépia.

Os números foram apresentados no Boletim Mensal dos Contratos de Partilha de Produção, publicado pela Pré-Sal Petróleo (PPSA), empresa vinculada ao MME.

Com esse resultado, a União consolidou-se como a quinta maior produtora de petróleo no Brasil. Além disso, a produção de gás natural da União também registrou um recorde no mês de outubro, alcançando 255 mil metros cúbicos por dia, um aumento de 57% em comparação ao mês anterior, de acordo com a nota oficial do ministério.

O MME informou ainda que, desde 2017, a produção acumulada de petróleo da União atingiu 62,5 milhões de barris, enquanto a de gás natural chegou a 277 milhões de metros cúbicos.

As projeções indicam que a produção da União pode ultrapassar 500 mil bpd até 2030.

O Ministério de Minas anuncia novas parcerias

A Ma’aden, principal empresa de mineração e metais da Arábia Saudita, com atuação em diversos tipos de matérias-primas, informou ao governo brasileiro que planeja investir US$ 1,25 bilhão (cerca de R$ 8 bilhões) no Brasil.

Esse montante será destinado a investimentos em pesquisas geológicas e ao desenvolvimento de projetos em parceria com mineradoras locais.

A decisão foi anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante sua participação no Future Minerals Forum, evento internacional realizado em Riad, na Arábia Saudita, que reúne representantes de mais de 50 países.

Segundo o ministro, a Ma’aden pretende inaugurar um escritório em São Paulo nos próximos meses, o que marcará o início de sua atuação no Brasil. Ele destacou que o Brasil ainda precisa ampliar o conhecimento sobre seu subsolo para viabilizar pesquisas e parcerias no setor mineral, com o objetivo de realizar um aproveitamento sustentável dos recursos naturais.

Embora Silveira não tenha especificado os tipos de minérios que a Ma’aden buscará explorar no Brasil, fontes indicam que a empresa está interessada em minerais estratégicos, como cobre, níquel, lítio, cobalto, manganês e grafite, utilizados na transição energética.

O ministro também mencionou que as negociações para a abertura do escritório começaram durante um encontro anterior em Davos, na Suíça. Em Riad, Silveira teve uma reunião bilateral com o ministro de Mineração da Arábia Saudita, Bandar Alkhorayef, para discutir detalhes do projeto.

De acordo com um executivo do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), presente no evento, a Arábia Saudita, com recursos significativos provenientes do setor petrolífero, está implementando um plano de longo prazo para investir na mineração. Esse plano inclui tanto o fortalecimento da atividade no próprio país quanto a obtenção de acesso a minerais estratégicos em outros mercados.

A proposta saudita

As negociações com os árabes já estão em andamento. Em abril deste ano, a Vale anunciou a conclusão do acordo, divulgado inicialmente em julho de 2023, para a venda de 10% de sua subsidiária Vale Base Metals por US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões, conforme a cotação atual), à Manara Minerals.

A Manara Minerals é uma joint venture formada pela Ma’aden e pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita. A subsidiária da Vale, sediada no Canadá, é responsável pela produção de níquel e cobre.

De acordo com o executivo do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o setor de mineração saudita ainda é limitado, apresentando pouca diversidade de minerais e metais. Nos últimos três anos, o governo da Arábia Saudita decidiu promover eventos internacionais com o objetivo de atrair investimentos para o país e fomentar operações de produção fora de suas fronteiras.

Atualmente, o governo saudita tem firmado contratos com diversos países como parte dessa estratégia.

Expansão de jazidas

Especialistas do setor de mineração destacam que a etapa de prospecção e pesquisa geológica desempenha um papel crucial na descoberta de novas jazidas minerais. Eles também apontam que essa fase é bastante onerosa, demandando altos investimentos financeiros e sendo marcada por riscos elevados.

Estatísticas do setor indicam que, em média, apenas uma em cada mil áreas pesquisadas se transforma em uma mina.

No Brasil, a Vale é identificada como a maior investidora em pesquisas geológicas. Nos últimos anos, a empresa destinou orçamentos na casa de centenas de milhões de dólares para períodos de pelo menos cinco anos, tanto no país quanto em outras partes do mundo.

Outras grandes mineradoras, como Rio Tinto, BHP e Anglo American, possuem departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) dedicados a projetos de longo prazo para investimentos em pesquisas geológicas.

A Ma’aden, conhecida também como Saudi Arabian Mining, é uma empresa estatal com sede em Riad. Criada em 1997, seu objetivo inicial era o desenvolvimento de recursos minerais em um país predominantemente voltado ao petróleo. Em 2008, o governo saudita realizou a venda de 50% do capital da mineradora na Bolsa de Valores Tadawul.

Posteriormente, em 2018, a participação estatal foi ampliada com aportes do Fundo de Investimento Público (PIF), alcançando uma fatia de 65,44%.

Conforme informações disponíveis em sua página oficial, a mineradora está organizada em cinco unidades de negócios: exploração mineral, ouro e metais de base (como cobre, níquel e zinco), fosfato (usado como matéria-prima em fertilizantes), minerais industriais e alumínio.

No ano de 2023, a receita registrada pela companhia foi de aproximadamente US$ 7,9 bilhões.

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