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Atraso nas colheitas, indústria parada: veja os impactos das chuvas no Rio Grande do Sul

As intensas chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul e deixaram, até o momento, 83 pessoas mortas, 111 desaparecidas e 291 feridas. Ao todo, são 873 mil pessoas afetadas pelos efeitos da enorme tragédia climática, que causara impactos significativos na produção agrícola e na indústria local.

Federações e associações já calculam prejuízos nas colheitas de soja e arroz, bem como uma redução na produção de leite. Os alagamentos, estradas bloqueadas e pontes danificadas estão afetando a entrega de produtos e até mesmo a distribuição de combustíveis, segundo relatado pelas entidades.

Algumas empresas da região optaram por suspender suas atividades devido à situação. A seguir, estão os detalhes sobre a situação atual:

Produção agrícola em risco

As intensas chuvas já estão impactando a produção agrícola do Estado, especialmente nas áreas de arroz e soja. De acordo com o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Silveira Pereira, a situação das plantações de soja é a mais preocupante, pois muitas delas estão inundadas.

“A soja tem um limite de umidade para aguentar. Com muita água, os grãos vão dilatar, precisamos de sol”, disse.

De acordo com o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Silveira Pereira, ainda há cerca de 40% da colheita de soja por realizar e entre 20% e 30% das lavouras de arroz continuam em desenvolvimento.

Ele destacou que a logística também foi fortemente comprometida, com estradas bloqueadas por barreiras e pontes danificadas, afetando a distribuição de bens de consumo, combustíveis e a entrega de alimentos.

As propriedades rurais no interior do Rio Grande do Sul estão enfrentando isolamento devido às condições adversas. A Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) reportou os impactos das barreiras em estradas e alagamentos. A produção de leite está sendo afetada e enfrentando dificuldades para ser escoada.

O presidente da Gadolando, Marcos Tang, destacou que muitas propriedades estão alagadas e isoladas devido às barreiras, o que resulta na impossibilidade de coleta do leite e na falta de abastecimento para as indústrias, que também enfrentam escassez de embalagens para o envasamento do leite que chega.

As indústrias avícolas do Rio Grande do Sul estão enfrentando dificuldades devido à falta de matéria-prima para a ração das granjas. Como resultado, algumas empresas estão paralisando ou reduzindo os abates de frangos em determinadas regiões.

O presidente-executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo Santos, informou que 12 indústrias tomaram essa medida para lidar com os desafios causados pelas chuvas intensas.

Paralização da indústria

A fabricante de ônibus Marcopolo decidiu suspender temporariamente as operações em duas de suas fábricas na cidade de Caxias do Sul, localizada no interior do Rio Grande do Sul.

Em um comunicado oficial, a Marcopolo informou que “as atividades nas duas unidades situadas em Caxias do Sul estão suspensas como medida preventiva até domingo”. Não foram divulgadas informações sobre danos ou problemas decorrentes das chuvas nas duas unidades.

A Gerdau também tomou a decisão de interromper as operações siderúrgicas em suas unidades de Charqueadas e Riograndense. Prevê-se que as atividades nessas unidades sejam retomadas já no próximo final de semana.

Durante uma teleconferência com analistas, o diretor-presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, explicou que a decisão foi tomada com o objetivo de reforçar a segurança dos colaboradores da empresa, em meio ao impacto social causado pelas fortes chuvas.

Por sua vez, a Braskem deu início a uma ação na sexta-feira (3) envolvendo a paralisação de algumas de suas plantas industriais localizadas no Polo Petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul.

Entre as linhas de produção paralisadas estão algumas dedicadas à fabricação de resinas à base de polietileno (PE) e polipropileno (PP), bem como de produtos químicos e combustíveis. Além disso, foram interrompidas uma unidade de olefinas e quatro das seis unidades de resinas termoplásticas do polo.

Suspensão de voos

O Aeroporto Salgado Filho, na capital Porto Alegre, teve suas operações de voos suspensas devido às condições climáticas adversas. O nível do rio Guaíba atingiu 4,59 metros, resultando em alagamentos em grande parte do centro histórico da cidade.

Em comunicado oficial, a concessionária responsável pela administração do aeroporto declarou que “para garantir a segurança de funcionários e passageiros, as operações de pouso e decolagem estão suspensas no Porto Alegre Airport por tempo indeterminado.”

Fornecimento de energia

Além disso, o Brasil passou a importar energia elétrica do Uruguai para assegurar o fornecimento de energia no estado do Rio Grande do Sul. Esta informação foi divulgada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) no Informativo Preliminar Diário da Operação (IPDO).

O documento menciona que, na última quinta-feira (2), o sistema elétrico brasileiro realizou importações de eletricidade uruguaia “em caráter de emergência”, com o objetivo de “aumentar a confiabilidade no atendimento às demandas de energia no Rio Grande do Sul devido às cheias ocorridas neste estado.”

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