Dólar sobe após dados de emprego nos EUA superarem expectativas

Cenário econômico global e políticas do Federal Reserve (Fed) influenciam cotação do dólar

O dólar iniciou a semana em alta após dados de emprego nos Estados Unidos superarem as expectativas, indicando uma economia mais robusta do que o previsto. Na segunda-feira (3), o dólar à vista fechou cotado a R$ 5,2475, alcançando a máxima de R$ 5,2670 durante a manhã.

Dados da indústria norte-americana indicaram contração econômica pelo segundo mês consecutivo, o que inicialmente contribuiu para a queda do dólar no Brasil, com expectativas de possíveis cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) ainda este ano, potencialmente em setembro. Essa expectativa também influenciou a queda dos rendimentos dos Treasuries.

Na terça-feira (4), o cenário mudou e o dólar fechou em alta de 0,98%, cotado a R$ 5,285, mesmo após dados de desaceleração do mercado de trabalho americano. “O real se desvalorizou diante das quedas expressivas das commodities, como minério de ferro e petróleo, cruciais para a economia doméstica”, analisou Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank. Esse movimento refletiu as preocupações do mercado com as políticas monetárias do Fed e questões fiscais internas do Brasil.

A moeda americana atingiu seu maior patamar desde 24 de março de 2023 na quarta-feira (5), chegando a R$ 5,3027 na máxima do dia. Nos primeiros dias de junho, o dólar acumulou uma alta de aproximadamente 2%.

“Diversos fatores influenciaram essa alta, desde as eleições no México até dados econômicos mistos dos EUA, além das expectativas de políticas monetárias mais restritivas por parte do Fed”, destacou Bazzo.

O Ibovespa, por sua vez, registrou alta de 1,23% na quinta-feira (6), fechando em 122.899 pontos, revertendo as perdas anteriores. “O otimismo no exterior, com o Banco Central Europeu (BCE) reduzindo suas principais taxas de juros, foi um dos fatores que impulsionaram o índice”, comentou Bazzo.

O dólar, que na quarta-feira havia se aproximado de R$ 5,30, apresentou queda firme na quinta-feira, fechando cotado a R$ 5,2508, uma queda de 0,89%. “A alta das commodities e a tendência de baixa do dólar no exterior contribuíram para um movimento de correção no mercado cambial”, explicou Bazzo.

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Nesta sexta-feira (7), o dólar comercial operava próximo à estabilidade no início das negociações, com os investidores focados na divulgação dos dados do mercado de trabalho dos EUA (“payroll”). Os números surpreenderam positivamente, refletindo um aumento nas contratações com a chegada do verão americano, um movimento inesperado. “Com uma economia mais robusta do que o previsto, as expectativas de cortes imediatos nos juros pelo Fed podem ser adiadas”, analisou Bazzo.

A reação foi imediata nos mercados: as bolsas de Nova York operaram de forma mista, com o Nasdaq em baixa de 0,21%, enquanto o Dow Jones e o S&P 500 apresentaram ganhos modestos de 0,06% e 0,03%, respectivamente. “A cautela permanece entre os investidores, atentos aos próximos movimentos do Fed e aos desdobramentos econômicos globais”, concluiu Bazzo.

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