Comércio eletrônico no Brasil cresce 18,7% no primeiro semestre de 2024

O bom desempenho de sites nacionais têm impulsionado o crescimento do comércio eletrônico no país

O comércio eletrônico brasileiro registrou um crescimento expressivo de 18,7% no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da NielsenIQ Ebit. Este avanço marca a recuperação do setor, que enfrentou desafios nos últimos anos devido à pandemia e às dificuldades econômicas subsequentes. 

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Comércio eletrônico cresce entre sites brasileiros – Foto: Reprodução/Canva

No entanto, o cenário não é igual para todas as empresas, já que os sites estrangeiros, que antes se destacavam no mercado, estão enfrentando uma considerável perda de clientes.

O aumento nas vendas online é impulsionado principalmente pelo fortalecimento de plataformas nacionais e pela maior adesão dos consumidores às compras digitais. Eduarda Camargo, CGO (Chief Growth Officer ou Diretora de Crescimento, em tradução livre) da Portão 3, explica que fatores como a melhoria na infraestrutura de entrega e as estratégias de marketing mais agressivas contribuíram para esse desempenho positivo.

“Estamos testemunhando uma transformação digital profunda no Brasil, onde as empresas que investem em inovação e experiência do cliente estão colhendo os frutos. O consumidor brasileiro está mais exigente e busca, além de produtos, uma jornada de compra completa, personalizada e integrada. Acredito que esse é o futuro do e-commerce: mais humano, mais ágil e totalmente centrado nas necessidades individuais dos nossos clientes”, afirma.

Comércio eletrônico desacelera em sites estrangeiros

Por outro lado, os sites de comércio eletrônico estrangeiros, que vinham crescendo no mercado brasileiro nos últimos anos, sofreram uma queda na preferência dos consumidores. Essa tendência é atribuída, em parte, à desvalorização do real, que encarece produtos importados, e ao aumento das tarifas de importação.

Além disso, questões como a demora na entrega e a falta de suporte em português têm levado os consumidores a optarem por alternativas nacionais, que oferecem maior segurança e agilidade.

Para Bruno Cunha Lima, sócio-fundador e COO (Chief Operating Officer ou Diretor de Operações, em tradução livre) da Kipiai, o cenário é um desafio para os gigantes internacionais, que precisarão repensar suas estratégias para se manterem competitivos no mercado brasileiro.

“Algumas empresas já começaram a investir em parcerias locais e em estratégias de regionalização para tentar reverter essa tendência de queda. Entretanto, a competição com as plataformas nacionais, que conhecem melhor as particularidades do mercado brasileiro, será cada vez mais acirrada”, diz.

O comércio eletrônico no Brasil está em ascensão, puxado principalmente por empresas nacionais que souberam se adaptar às novas demandas dos consumidores. Enquanto isso, os sites estrangeiros enfrentam um período de declínio, resultado de uma combinação de fatores econômicos e comportamentais. A expectativa é que o mercado continue a crescer, mas com uma dinâmica diferente, onde a preferência por marcas e plataformas brasileiras tende a se consolidar.

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