Azul fecha acordo de R$ 2 bilhões e deve aliviar caixa em 2024

Enquanto a empresa resolve os problemas financeiros, as ações AZUL3 registram queda de 60% em 2024

Pouco mais de 15 dias após fechar um grande acordo com os credores e aliviar o caixa, a Azul pode estar mais perto de resolver os problemas de fluxo de caixa. Segundo informações divulgadas pela Reuters, a empresa negocia um acordo próximo a US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões) por meio de emissão de dívida. 

Boeing Azul
Empresa possui uma dívida de R$ 28,4 bilhões, com um aumento de 15% em relação ao primeiro trimestre deste ano | Foto: Reprodução/Canva

A negociação é a continuidade do acordo anunciando ainda no início de outubro pela empresa. Na oportunidade, a Azul havia feito um acordo sobre 92% das dívidas com arrendadores e fornecedores por meio de emissões de novas ações na companhia, no valor de R$ 30 cada. O total equivale a US$ 550 milhões (em torno de R$ 3,08 bilhão) de débitos. 

Alternativas financeiras da Azul

A empresa considera duas opções: financiar um novo acordo com o grupo “ad hoc” de detentores de título de dívida ou captar recursos junto a investidores adicionais por meio do banco de investimento Jefferies. 

Um possível acordo com os donos dos débitos da empresa podem incluir a conversão futura de parte da dívida em ações, além da emissão de nova dívida. á a proposta do Jefferies envolve a emissão tradicional de “bonds” conversíveis.

É importante ressaltar que o presidente da companhia, Jonh Rodgerson, chegou a mencionar a importância de levantar US$ 400 milhões logo após a divulgação do acordo mais recente. Na época, o executivo chegou a mencionar a possibilidade da Azul utilizar a Azul Cargo como garantia na emissão de dívidas conversíveis, mas agora não está claro se esse continua sendo o plano da companhia. 

Além das ações para levantar capital, existe a possibilidade da Azul se envolver num processo de fusão com a Gol que voltou a ganhar força após o acordo no início do mês. 

Crise no setor aéreo  

A Azul é mais uma das grandes companhias aéreas em apuros financeiros nos últimos anos. A pandemia do coronavírus aliado a um dólar forte pressionaram os balanços e colocaram em risco as ações das empresas. Só em 2024, as ações AZUL3 despencam mais de 60%.

Somente no período pós-pandemia, empresas como Aeromexico, LATAM e Gol passam ou passaram por processos de recuperação judicial.

Essa queda no desempenho se deve por conta de alguns elementos presentes nos últimos anos: as dívidas feitas com os credores são, na maioria das vezes, feitas em dólar, assim como os gastos com fornecedores e o abastecimento das aeronaves. Em contrapartida, a receita que entra em caixa, é, boa parte dos valores, em real. 

Segundo informações em balanço do segundo trimestre de 2024, a Azul tem uma dívida bruta de R$ 28,4 bilhões. O valor representa um crescimento de 15% frente aos três primeiros meses do ano. A companhia também reverteu o lucro e teve prejuízo líquido de R$  3,8 bilhões no mesmo período.

Programa Voa Brasil

Após diversos adiamentos, o Governo Federal lançou 24 de julho, o programa Voa Brasil, que oferecerá passagens aéreas a R$ 200. Nessa primeira fase, serão contemplados apenas os aposentados pelo INSS que não tenham viajado de avião nos últimos 12 meses.

Inicialmente, a ideia era que o projeto incluísse os alunos do Programa Universidade Para Todos (Prouni), que oferece bolsas de estudo para estudantes de baixa renda. A previsão é que este grupo seja incluído numa segunda fase, ainda sem data de lançamento.

Quais passagens serão vendidas pelo Voa Brasil?

Os bilhetes que serão oferecidos são aqueles que forem classificados como ociosos pela companhia aérea, ou seja, poltronas não vendidas por falta de demanda. Ainda não há detalhes sobre como funcionará a antecedência da compra das passagens, que depende da dinâmica de vendas.

A previsão do Ministério de Portos e Aeroportos estima que o número de aviões que circulam ociosos varia entre 18% e 21%.

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