O governo de Donald Trump, tem pensado em estratégias para evitar o banimento do TikTok nos Estados Unidos. A proposta envolveria a empresa de tecnologia Oracle e investidores americanos assumindo parte do controle das operações do aplicativo.
Segundo fontes citadas pela Reuters, a ByteDance, dona chinesa do TikTok, manteria uma participação no negócio, mas a Oracle ficaria responsável por supervisionar a coleta de dados e as atualizações de software, áreas consideradas estratégicas.
Há indícios de que as negociações envolvendo o TikTok estejam em andamento e possam abranger suas operações nos Estados Unidos e em outros países. Neste sábado, 25 de janeiro, a NPR (National Public Radio ou Rádio Pública Nacional, em português), uma organização de mídia pública dos Estados Unidos, divulgou que há discussões sobre a possível venda global do aplicativo. Até o momento, nem a Casa Branca, nem a Oracle ou a ByteDance se pronunciaram oficialmente sobre o caso.
Detalhes do acordo
O plano também envolve investidores americanos que já tem vínculo com a ByteDance, como Susquehanna International Group, General Atlantic, KKR e Sequoia Capital. Por outro lado, outros interessados, como o grupo liderado pelo bilionário Frank McCourt e outro que incluía Jimmy Donaldson (conhecido como Mr. Beast), ficaram de fora das negociações.
Pelo acordo, a Oracle assumiria a responsabilidade por questões de segurança nacional. Em 2022, o TikTok já havia firmado um contrato com a Oracle para armazenar dados de usuários americanos em servidores nos EUA, visando reduzir temores de interferência do governo chinês. Apesar disso, a gestão do TikTok permaneceria com a equipe atual.
O TikTok, que conta com 170 milhões de usuários nos EUA, chegou a ser temporariamente suspenso devido a uma lei que exigia a venda do aplicativo por motivos de segurança nacional. Essa lei previa que, caso a ByteDance não vendesse o TikTok, ele seria banido no país.
Após assumir a presidência, Trump assinou uma ordem que adiou a implementação da lei por 75 dias, após preocupações de que os dados dos usuários pudessem ser usados de forma inadequada.
As reuniões na Casa Branca
Reuniões entre a Oracle e a Casa Branca foram realizadas para discutir os termos do acordo, e novos encontros estavam programados. A Oracle demonstrou interesse em adquirir uma participação no TikTok avaliada em “dezenas de bilhões de dólares”, embora muitos detalhes ainda precisassem ser definidos.
Trump também declarou que gostaria que os EUA detivessem “50% de participação” em uma joint venture (tipo de sociedade em que duas empresas se juntam) do TikTok, mas a aprovação do Congresso era vista como um grande desafio.
O TikTok rebateu as alegações de ligações com o governo chinês, explicando que os dados dos usuários americanos são armazenados em servidores nos EUA, gerenciados pela Oracle. Além disso, as decisões sobre moderação de conteúdo para usuários americanos são tomadas dentro do próprio país, reforçando o compromisso com segurança e privacidade.
Sobre a Oracle
A Oracle Corporation é uma multinacional americana especializada em tecnologias de banco de dados e soluções de software empresarial. Fundada em 1977 por Larry Ellison, Bob Miner e Ed Oates, a empresa inicialmente focou no desenvolvimento de sistemas de gerenciamento de banco de dados relacionais. Com o tempo, a Oracle expandiu seus negócios para oferecer uma ampla gama de produtos, incluindo softwares para servidores, armazenamento em nuvem, inteligência artificial e aplicativos empresariais.
A Oracle é reconhecida mundialmente por seu banco de dados, que é amplamente utilizado por empresas de diferentes setores para armazenar e gerenciar grandes volumes de dados. A companhia também oferece soluções de software corporativo e serviços de nuvem, sendo uma das líderes globais no mercado de tecnologia.
Com sede em Redwood City, Califórnia, a Oracle continua a expandir suas operações, adquirindo várias empresas ao longo dos anos, como a Sun Microsystems e a NetSuite, o que fortaleceu ainda mais sua posição no mercado.
Red Note surge como alternativa ao Tik Tok
Durante a crise que deixou o Tik Tok fora do ar por 12 horas no último dia 19 de janeiro, os usuários da rede começaram a procurar por novas alternativas. O principal destino tem sido outro aplicativo chinês, o RedNote (XiaohongShu, que significa “Pequeno Livro Vermelho”). O app tem liderado o ranking de downloads na App Store da Apple nos EUA.
Criado em 2013 pela Xingyin Information Technology, com sede em Xangai, o RedNote oferece uma experiência parecida com a do TikTok, permitindo que os usuários compartilhem fotos, vídeos curtos e transmissões ao vivo. O aplicativo conta com 300 milhões de usuários, sendo 79% mulheres.
Esse movimento de migração acontece em meio à pressão do governo dos EUA sobre a ByteDance, dona do TikTok. No ano passado, o presidente Joe Biden determinou que a empresa deverá vender suas operações nos Estados Unidos. As autoridades americanas afirmam que o TikTok representa “um risco à segurança nacional”, sendo acusado de “coletar dados de usuários e promover propaganda”.
Dados do Pew Research Center, com sede em Washington (D.C.), mostram a importância do TikTok no cotidiano digital dos americanos: cerca de um terço da população já usa a plataforma, e 52% dos usuários ativos dizem já ter postado conteúdo. Agora, com a possível retirada do TikTok do mercado americano, o RedNote surge como uma alternativa.
Leia também: Meta prevê investir até US$ 65 bilhões em IA em 2025
