O bilionário Elon Musk afirmou que não tem interesse em adquirir o TikTok, aplicativo de vídeos curtos que enfrenta a possibilidade de banimento nos Estados Unidos devido a preocupações com segurança nacional. As suspeitas estão relacionadas à sua controladora, a empresa chinesa ByteDance.
As declarações de Musk, feitas no final de janeiro, foram divulgadas neste sábado, 08 de fevereiro, pelo The WELT Group, parte do conglomerado de mídia Axel Springer SE. O The WELT Group é um dos principais grupos de comunicação da Alemanha, abrangendo jornais, revistas e plataformas digitais. O CEO da Tesla participou por videoconferência de uma cúpula organizada pela empresa.
“Eu não fiz nenhuma oferta pelo TikTok”, declarou Musk, uma semana após o presidente dos EUA, Donald Trump, indicar que estaria aberto à possibilidade de o bilionário adquirir o aplicativo, caso tivesse interesse.
Musk também ressaltou que não tem planos para o TikTok, caso fosse seu proprietário, mencionando que não utiliza o aplicativo e que não está familiarizado com seu formato. “Não estou ansioso para adquirir o TikTok. Eu geralmente não compro empresas, é algo bem raro”, disse, lembrando que a compra do Twitter, agora chamado X, foi uma exceção. “Normalmente, eu crio empresas do zero”, completou.
A postura do governo americano
O governo Trump assinou uma ordem executiva para adiar a aplicação de uma proibição ao aplicativo de vídeos curtos, que estava prevista para entrar em vigor em 19 de janeiro. A ByteDance foi instruída a vender seus ativos nos EUA ou enfrentar restrições, devido a preocupações de que o governo chinês poderia forçar a empresa a compartilhar dados de usuários americanos. A companhia nega qualquer compartilhamento de informações com autoridades chinesas.
Até o momento, a Apple e o Google não restauraram o aplicativo em suas lojas desde a implementação de uma lei nos Estados Unidos. Em resposta, a plataforma informou que está permitindo que usuários do Android no país baixem e acessem o serviço por meio de pacotes disponibilizados em seu site, como forma de contornar as restrições impostas.
Donald Trump afirmou estar em negociações com diversas partes sobre a compra da plataforma e sugeriu que uma decisão sobre seu futuro pode ser tomada ainda neste mês. Atualmente, o serviço conta com cerca de 170 milhões de usuários nos Estados Unidos.
Recentemente, Trump assinou uma ordem executiva para criar um fundo soberano ainda este ano, sugerindo que esse fundo poderia ser usado para adquirir o aplicativo. No entanto, a ByteDance já negou qualquer intenção de vendê-lo.
A postura de Trump em relação à plataforma representa uma mudança em comparação com seu primeiro mandato, quando tentou sem sucesso bani-la, alegando riscos à segurança nacional. Mais recentemente, o presidente afirmou ter “um carinho especial” pelo aplicativo, destacando seu papel na conquista de eleitores jovens durante a campanha presidencial de 2024.
A Oracle já foi cogitada como compradora
Reuniões entre a Oracle e a Casa Branca foram realizadas em janeiro para discutir os termos do acordo, e novos encontros estariam programados. A Oracle demonstrou interesse em adquirir uma participação no TikTok avaliada em “dezenas de bilhões de dólares”, embora muitos detalhes ainda estejam indefinidos.
Trump também declarou que gostaria que os EUA detivessem “50% de participação” em uma joint venture (tipo de sociedade em que duas empresas se juntam) do TikTok, mas a aprovação do Congresso ainda é como um grande desafio.
O TikTok rebateu as alegações de ligações com o governo chinês, explicando que os dados dos usuários americanos são armazenados em servidores nos EUA, gerenciados pela Oracle. Além disso, as decisões sobre moderação de conteúdo para usuários americanos são tomadas dentro do próprio país, reforçando o compromisso com segurança e privacidade.
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