A geração Z, composta por indivíduos nascidos entre meados dos anos 1990 e 2010, está redefinindo o mercado de trabalho com suas preferências e expectativas únicas. As mulheres dessa geração, em particular, buscam carreiras que ofereçam flexibilidade, propósito e oportunidades de desenvolvimento.
Com base em estudos recentes e análises de especialistas, destacamos cinco tendências de emprego que estão moldando as trajetórias profissionais das mulheres da geração Z.
Confira as 5 principais tendências entre as mulheres:
1. Busca por flexibilidade e autonomia
A flexibilidade no ambiente de trabalho é uma prioridade para a geração Z. Uma pesquisa realizada pelo Ecossistema Great People & Great Place To Work (GPTW) revelou que esses jovens valorizam a autonomia e a capacidade de equilibrar vida pessoal e profissional. Daniela Diniz, diretora de conteúdo e relações institucionais da GPTW, observa que essa geração chega ao mercado buscando maior autonomia e flexibilidade, o que pode gerar conflitos geracionais devido a diferentes expectativas em relação ao trabalho.
Muitas vezes, essas mulheres acabam optando por trabalhar com plataformas como Instagram, TikTok e YouTube que abriram espaço para influenciadoras, criadoras de conteúdo e especialistas que monetizam suas habilidades e conhecimentos.
Além disso, muitas vezes buscam o mercado de produtos digitais, como cursos, mentorias e e-books, tornou-se uma alternativa viável para quem anseia por flexibilidade e autonomia.
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O fato de poder trabalhar de qualquer lugar e sem a necessidade de seguir padrões rígidos de horários e hierarquias atrai as mulheres da geração Z, que priorizam a liberdade profissional.
2. Valorização de propósito e alinhamento de valores
As mulheres da geração Z procuram empregos que estejam alinhados com seus valores pessoais e que ofereçam um senso de propósito. Anna Letícia Magá, diretora-executiva do Grupo Flow e mentora de carreira da geração Z, destaca que esses jovens buscam empresas onde possam expressar sua personalidade de forma autêntica e que estejam alinhadas com seu propósito de vida.
“A geração Z busca empresas que estejam alinhadas com seu propósito de vida, onde possam conciliar vida pessoal e profissional, expressar sua personalidade de forma autêntica e evitar o uso de máscaras sociais”, afirma em entrevista ao Meio & Mensagem.
3. Trabalho remoto e modelos híbridos
A preferência por modelos de trabalho que ofereçam flexibilidade geográfica é evidente entre as mulheres da geração Z. Uma pesquisa da Deloitte revelou que 73% dos entrevistados dessa geração preferem o modelo de trabalho híbrido, e 76% considerariam buscar um novo emprego caso fossem forçados a trabalhar exclusivamente de forma presencial.
A pandemia acelerou a digitalização do trabalho e consolidou o home office como uma alternativa viável para muitas empresas. Para as mulheres da geração Z, essa flexibilidade tornou-se um critério essencial na escolha de empregos.
Trabalhar remotamente ou em modelo híbrido permite que essas profissionais tenham maior controle sobre seu tempo, reduzindo deslocamentos e proporcionando uma rotina mais equilibrada. Além disso, essa tendência abre oportunidades para que mulheres de diferentes regiões tenham acesso a empregos antes restritos a grandes centros urbanos.
Empresas que oferecem essas modalidades são mais atrativas para a nova geração, que vê o trabalho como parte da vida, e não como algo que deve consumir todo o seu tempo e energia.
4. Foco no desenvolvimento profissional contínuo
O desenvolvimento profissional contínuo é uma prioridade para as mulheres da geração Z. Empresas como o Itaú e a Nestlé têm reconhecido essa demanda e oferecem programas de talentos, trilhas de desenvolvimento e oportunidades de movimentação interna para atender às expectativas dessa geração.
Paola Visani, superintendente de recursos humanos do Itaú Unibanco, afirma que a empresa trabalha para proporcionar um ambiente de trabalho dinâmico, ágil e pautado na segurança psicológica, que impulsiona carreiras.
“Trabalhamos para proporcionar um ambiente de trabalho dinâmico, ágil, de aprendizagem contínua, colaboração, autonomia e pautado na segurança psicológica, que impulsiona carreiras. Oferecemos programas de talentos, trilhas de desenvolvimento e possibilidade de movimentação interna”, diz em entrevista ao Meio & Mensagem.
5. Saúde mental e bem-estar no trabalho
A geração Z tem uma visão mais crítica sobre a relação entre trabalho e saúde mental. Diferente das gerações anteriores, que muitas vezes normalizavam jornadas exaustivas e ambientes de trabalho tóxicos, as mulheres dessa nova geração priorizam empresas que valorizam o bem-estar dos funcionários.
Cada vez mais, benefícios como terapia, horários flexíveis, pausas adequadas e espaços de descompressão fazem parte dos critérios de escolha de um emprego. Empresas que não oferecem boas condições de trabalho e que não promovem um ambiente saudável perdem talentos para concorrentes que priorizam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Além disso, a ascensão de carreiras ligadas ao bem-estar, como coaching, terapia, yoga e outras práticas voltadas à qualidade de vida, também tem atraído mulheres da geração Z, que buscam ajudar outras pessoas a desenvolverem hábitos mais saudáveis.
O futuro do trabalho feminino na geração Z
As mulheres da geração Z estão revolucionando o mercado de trabalho com novas exigências e prioridades. O empreendedorismo digital, a tecnologia, o trabalho remoto, as carreiras de impacto social e o foco na saúde mental são algumas das tendências que vêm moldando o futuro profissional desse público.
Empresas que desejam atrair e reter talentos dessa geração precisam se adaptar a essas novas demandas, investindo em diversidade, flexibilidade e propósito. Afinal, a geração Z não quer apenas um emprego, mas sim um trabalho que faça sentido dentro de sua visão de mundo e estilo de vida.