Os celulares com planos pré-pagos, que impulsionaram a popularização da telefonia móvel no Brasil, estão perdendo terreno. Pela primeira vez, foram superados pelas linhas pós-pagas.
Em março, os pré-pagos somaram 107,1 milhões de usuários, ligeiramente menos que os 107,8 milhões de clientes de planos pós-pagos, segundo dados da consultoria Teleco e da Anatel.
Esse movimento é resultado de uma estratégia comercial das operadoras de telefonia, que têm reduzido os preços dos planos pós-pagos para acelerar a migração e aumentar as receitas recorrentes, alinhando-se às mudanças no uso dos celulares.
Desde a pandemia, as recargas em pontos físicos, como bancas e farmácias, diminuíram, com os clientes optando por meios digitais.
Especialistas apontam que essa tendência deve se intensificar com a crescente demanda por internet móvel no cotidiano das pessoas. Com o aumento do uso de aplicativos de mensagens e redes sociais, a necessidade de voz diminui, tornando os planos pré-pagos menos atrativos. A popularização do 5G também acelera essa transição.
Para incentivar essa migração e obter receitas mais previsíveis, as operadoras ajustaram ambos os tipos de planos. Nos pré-pagos, estão oferecendo créditos com validades variadas, incentivando recargas mais frequentes. Os pacotes de internet móvel e ligações variam entre 10, 15, 17 e 30 dias, com preços de R$ 15 a R$ 40, dependendo da operadora.
Nos pós-pagos, criaram o “plano controle”, com um valor fixo mensal para um pacote básico de dados e voz, permitindo ao usuário adicionar créditos conforme necessário.
Esse tipo de plano começa a partir de R$ 50. Os consumidores, ao fazerem as contas, passaram a ver vantagens na migração para o pós-pago, conforme desejado pelas operadoras.