No dia 30 de novembro, o Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, receberá um duelo que promete ser mais que uma partida de futebol. Dois clubes brasileiros (Atlético-MG x Botafogo) se enfrentam para conquistar a Libertadores 2024, e além da glória esportiva, a vitória representa uma injeção de milhões que pode mudar o futuro financeiro das equipes.
Premiações e projeções: quanto vale o título?
A Libertadores é hoje a competição mais rentável do futebol sul-americano. Em 2024, a CONMEBOL (também conhecida como Copa Libertadores da América), oferece ao campeão uma premiação de US$ 20 milhões, além de bônus acumulados pelas fases anteriores, que somam cerca de US$ 12 milhões até a final. Ou seja, a equipe vencedora pode embolsar até US$ 32 milhões – um valor expressivo que impacta diretamente o orçamento anual dos clubes e permite novos investimentos.
Para ambos os finalistas, esses recursos podem ser a chave para quitar dívidas, equilibrar o caixa e até mesmo viabilizar novas contratações e projetos de infraestrutura. Em um cenário onde a saúde financeira de clubes brasileiros é constantemente desafiada por altos custos e dívidas, conquistar esse título traz um alívio imediato e estratégico.
A força da marca e a valorização dos jogadores
O sucesso em competições internacionais também agrega valor à marca dos clubes, facilitando a negociação de patrocínios maiores e contratos de transmissão mais lucrativos. Estudos de marketing esportivo mostram que clubes que vencem torneios como a Libertadores costumam ter aumento de até 25% no valor da sua marca e nas vendas de camisas.
Além disso, os jogadores envolvidos na final – especialmente os jovens talentos – ganham visibilidade e se valorizam no mercado global. Agentes e olheiros de ligas europeias e asiáticas estarão atentos ao desempenho dos atletas, o que pode resultar em transferências com cifras significativas. Para o clube vencedor, isso representa não só um ganho esportivo, mas a possibilidade de transformar atletas em ativos rentáveis.
Impacto econômico no mercado esportivo e local
O impacto financeiro da final não se limita aos clubes. Em Buenos Aires, espera-se uma grande movimentação de turistas brasileiros, o que beneficia o comércio local, hotéis, restaurantes e setores de transporte. Estimativas indicam que uma final com dois clubes brasileiros pode injetar até US$ 15 milhões na economia da cidade-sede.
O locutor esportivo Eduardo Monsanto, que faz a transmissão dos jogos da Libertadores pela CONMEBOL para o mercado internacional, fala sobre o impacto econômico e cultural da disputa da final em sede única.
“Hoje, com o domínio do futebol brasileiro, inclusive em finais que muitas vezes envolvem apenas clubes brasileiros, o modelo se mostra economicamente vantajoso para as cidades-sede, mas representa um desafio logístico para torcedores e jornalistas. A final entre Botafogo e Atlético- MG em Buenos Aires, por exemplo, será facilitada pela variedade de voos disponíveis para a Argentina, um país melhor servido nesse aspecto. Mesmo assim, acredito que seja improvável ver o Monumental lotado com 85 mil torcedores. Não por falta de paixão das torcidas, mas pelo alto custo de viagem e pela logística limitada para que todos cheguem ao estádio”.
Já no Brasil, o consumo relacionado ao jogo aumenta consideravelmente. Empresas de mídia, patrocinadores e até aplicativos de apostas têm campanhas específicas para a final, e o engajamento dos torcedores impulsiona o mercado. Produtos licenciados, pacotes de pay-per-view e publicidade digital para os jogos elevam a receita de empresas ligadas ao futebol, demonstrando como o esporte também é um grande motor econômico.
Uma final que une emoção e estratégia financeira
A Libertadores 2024, entre dois clubes brasileiros, é mais do que uma partida decisiva. Ela revela como o futebol pode influenciar economias, transformar orçamentos e criar oportunidades para novos negócios. O esporte e as finanças caminham juntos, e para quem acompanha esse cenário de perto, é possível ver que uma vitória pode, literalmente, mudar o jogo para clubes e investidores.