Open Finance e iniciação de pagamentos: revolução na vida financeira dos brasileiros

Descubra como o Open Finance e a Iniciação de Pagamento transformam o mercado financeiro no Brasil

A iniciação de pagamento surge como uma inovação importante no cenário financeiro do Brasil, especialmente nas transações via Pix. Essa tecnologia permite que uma empresa ou instituição financeira regulada inicie uma transação de pagamento em nome do cliente em outra instituição, mudando como negócios e consumidores gerenciam suas finanças diárias.

Open Finance
O open finance é um sistema que permite o compartilhamento seguro de dados financeiros entre instituições | Foto: Reprodução/Canva

A iniciação de pagamento é um serviço oferecido por Iniciadores de Transações de Pagamento (ITP), regulamentados pelo Banco Central. Essas instituições conseguem iniciar pagamentos com base em dados bancários previamente autorizados por meio do Open Finance. No Brasil, esse serviço se aplica principalmente ao Pix, o sistema de pagamentos instantâneos já consolidado na rotina financeira dos brasileiros.

Em uma situação prática, uma empresa pode cobrar um cliente que tem conta no Bradesco, mas deseja receber o pagamento em sua conta no Nubank. Em vez de solicitar ao cliente que copie e cole os dados para a transação, a empresa usa o serviço de iniciação de pagamento. A ITP gera um link com todas as informações necessárias para a transação, e o cliente autoriza o pagamento diretamente em seu banco. Isso reduz erros manuais e otimiza a experiência de quem paga e quem recebe.

Para pequenas e médias empresas, a iniciação de pagamento oferece benefícios claros, como a automação e simplificação dos processos financeiros. Empresas que gerenciam múltiplas contas e realizam diversos pagamentos podem delegar essas tarefas a uma ITP, que também facilita a conciliação e gestão financeira, sem que a empresa precise atuar como instituição financeira.

Jornada sem redirecionamento

O modelo de iniciação de pagamento se torna uma solução útil para negócios que não possuem sistemas de ERP (sigla em inglês Enterprise Resource Planning) para controlar as finanças. Esse serviço permite automatizar processos diários, como pagamentos e recebimentos, de forma simples e eficiente, economizando tempo e recursos.

A jornada sem redirecionamento oferece ainda mais facilidade. O Google, por exemplo, criou um produto para sua Wallet em parceria com o C6, permitindo que a ITP realize transações futuras sem que o cliente acesse o banco novamente. O cliente pode gerenciar várias contas em uma única carteira digital, algo semelhante ao que acontece em plataformas de Web3, como o MetaMask. Esse sistema é útil para organizações com assinaturas ou cobranças periódicas.

Embora as ITPs se concentrem em atender empresas, pessoa física também se beneficia. A iniciação de pagamento facilita o uso em compras online, automatização de contas e divisão de despesas. Em uma compra online, o consumidor pode optar por pagar via Pix através de um link de iniciação, eliminando a necessidade de copiar códigos de transação, o que proporciona uma experiência de compra mais fluida e segura.

Outro avanço é a jornada de pagamento em lote. Empresas que precisam realizar múltiplas transações, como o pagamento de fornecedores ou distribuição de salários, podem automatizar esse processo e realizar vários pagamentos de uma só vez.

O futuro da iniciação de pagamento

O Banco Central do Brasil aprovou a implementação de novas funcionalidades para esse serviço que estarão disponíveis para usuários beta a partir de 14 de novembro de 2024 e para o público em 28 de fevereiro de 2025.

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A iniciação de pagamento mudará como os brasileiros gerenciam suas finanças | Foto: Reprodução/ Canva

Com regulamentação e suporte do Banco Central, a iniciação de pagamento mudará a forma como os brasileiros gerenciam suas finanças, oferecendo mais segurança e eficiência. Para empresas, especialmente pequenas e médias, essa tecnologia simplifica processos, reduz custos e melhora a experiência do cliente.

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Essas inovações só são possíveis devido à implementação do Open Finance pelo Banco Central, um sistema que permite o compartilhamento seguro de dados financeiros entre instituições. Esses dados incluem informações sobre contas bancárias, investimentos, cartões de crédito e outros produtos.

O Open Finance no Brasil é regulado e padronizado, o que facilita a integração entre instituições e o desenvolvimento de novos serviços financeiros. Diferente da Europa, onde cada banco pode ter sua própria API, no Brasil o padrão é único, promovendo um desenvolvimento mais eficiente.

Algumas vantagens do Open Finance:

  1. Gestão financeira integrada: o sistema consolida todas as informações financeiras do consumidor em uma única plataforma, facilitando a tomada de decisões sobre economias, investimentos e gastos.
  2. Facilidade na migração de serviços: o cliente pode transferir todos os seus dados financeiros para outra instituição de forma simples, incluindo histórico de crédito e reputação.
  3. Ofertas personalizadas: o acesso aos dados financeiros permite que instituições ofereçam produtos mais adequados às necessidades do consumidor, aumentando a competitividade no mercado.
  4. Maior confiabilidade das informações: o compartilhamento direto dos dados entre instituições reguladas garante maior precisão e segurança, reduzindo o risco de fraudes e erros.

O impacto do Open Finance no Brasil

A rápida implementação do Open Finance no Brasil se deve à padronização técnica e ao compromisso das instituições financeiras. Isso permite surgir novas fintechs e soluções financeiras, democratizando o acesso ao crédito e outros produtos, especialmente para quem antes tinha dificuldades em obter condições favoráveis.

Embora o Open Finance esteja em fase inicial no Brasil, as expectativas são positivas. Com o avanço da tecnologia e a adesão crescente de consumidores e instituições, novas soluções devem surgir, oferecendo uma visão completa das finanças pessoais e maior integração entre setores financeiros.

A agenda de inovação do Banco Central do Brasil, que já implementou o Pix e o Open Finance, e deve lançar o Drex, deve transformar a vida financeira dos brasileiros. Essas inovações trazem mais transparência, controle e acessibilidade ao sistema financeiro, pois amplia o mercado e promove inclusão.

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