Ex-diretora da OpenAI, cria startup de IA; saiba mais

Mira Murati, ex-diretora de tecnologia da OpenAI, anunciou nesta terça-feira, 18 de fevereiro, o lançamento de sua nova startup, o Thinking Machines Lab (Laboratório de Máquinas Pensantes). Com uma equipe de aproximadamente 30 pesquisadores e engenheiros de grandes empresas como OpenAI, Meta e Mistral, uma startup visa desenvolver sistemas avançados que integram valores humanos, ampliando as aplicações da tecnologia para além das soluções tradicionais.

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Mira Murati é uma engenheira albanesa de 36 anos, formada por Dartmouth, uma das mais prestigiadas universidades dos Estados Unidos |Foto: Reprodução/Kimberly White/ Getty Images

Murati, que tem uma carreira sólida na OpenAI, recrutou muitos dos melhores talentos de sua antiga empresa. Aproximadamente dois terços da equipe do Thinking Machines Lab são ex-colaboradores da OpenAI, incluindo Barret Zoph, um pesquisador renomado que saiu no mesmo dia que Murati, em setembro.

Zoph ocupará o cargo de chefe de tecnologia da nova startup, enquanto John Schulman, cofundador da OpenAI, será o cientista chefe. Schulman, que deixou a organização em agosto para se concentrar no alinhamento da tecnologia, desempenha também um papel central na nova empresa.

O alinhamento da tecnologia, que visa integrar valores humanos para tornar os modelos mais seguros e confiáveis, será uma das principais prioridades da startup. A Thinking Machines Lab destaca sua abordagem única ao promover o trabalho conjunto entre equipes de pesquisa e produto e ao se comprometer a compartilhar código, conjuntos de dados e especificações de modelos para contribuir com a área de pesquisa.

Murati, que assume o cargo de CEO, ingressou na OpenAI em 2018, onde liderou o desenvolvimento do ChatGPT. Sua saída fez parte de mudanças estruturais dentro da empresa. Antes disso, trabalhei na startup de realidade ampliada Leap Motion e na Tesla.

O Thinking Machines Lab já está em busca de investimentos de capital de risco, e fontes indicam que mais ex-funcionários da OpenAI devem se juntar à startup. Murati segue o exemplo de outros ex-executivos da OpenAI, como os fundadores da Anthropic e da Safe Superintelligence, que também atraíram ex-pesquisadores e conseguiram grandes investimentos

Outras startups de ex-membros da empresa

A Safe Superintelligence (SSI), uma startup de tecnologia criada por Ilya Sutskever, ex-cientista-chefe da OpenAI, também está em processo de captação de recursos, com uma avaliação mínima de US$ 20 bilhões (R$ 116,2 bilhões).

Esse valor representa um aumento significativo na relação à avaliação de US$ 5 bilhões (R$ 29,05 bilhões) na rodada de financiamento anterior, em setembro, quando a empresa arrecadou US$ 1 bilhão (R$ 5,81 bilhões) de investidores como Sequoia Capital, Andreessen Horowitz e DST Global, focados em startups de tecnologia e crescimento acelerado.

A captação de recursos da SSI está desafiando outras empresas do setor a manter altas avaliações, mesmo com as mudanças no mercado, especialmente com o crescimento da startup chinesa DeepSeek, que oferece soluções de baixo custo.

Embora ainda não tenha gerado lucros, a SSI busca criar uma “superinteligência segura” que seja mais avançada que os humanos, mas sob o controle dos interesses da humanidade. As negociações com investidores, antigos e novos, estão apenas começando, e os termos podem variar. O valor exato a ser arrecadado ainda não foi divulgado.

Fundada em junho, a SSI tem escritórios em Palo Alto (Califórnia, EUA) e Tel Aviv (Israel). Além de Sutskever, os cofundadores incluem Daniel Gross, ex-líder de pesquisa na Apple, e Daniel Levy, ex-pesquisador da OpenAI.

Apesar de o foco da empresa ser conhecido, poucos detalhes sobre seus projetos internos foram compartilhados. O interesse dos investidores vem da visão de Sutskever e da abordagem inovadora que sua equipe está desenvolvendo.

Sutskever é extremamente reconhecido por suas contribuições no campo da tecnologia, especialmente no avanço de modelos generativos. Ele foi um dos pioneiros na estratégia de “escalonamento”, que usa computação e dados intensivos para aprimorar os modelos, uma abordagem essencial para o sucesso de ferramentas como o ChatGPT. Essa estratégia também impulsionou investimentos bilionários em chips, data centers e energia.

No entanto, Sutskever logo encontrou limitações devido à escassez de dados para treinamento. Para superar isso, ele focou na fase de “inferência” — quando um modelo treinado executa tarefas — e formou uma equipe para trabalhar nos modelos de julgamento da OpenAI, criando uma nova linha de pesquisa seguida por outros especialistas.

A SSI deixou claro que não busca lucros rápidos. A empresa afirmou que seu objetivo é “escalar com calma”, sem pressões comerciais imediatas. Essa estratégia de organizações diferente da OpenAI, que começou como uma entidade sem fins lucrativos, mas desenvolveu um modelo comercial após o sucesso do ChatGPT. A OpenAI gerou quase US$ 4 bilhões (R$ 23,24 bilhões) em receita no ano passado e espera arrecadar US$ 11,6 bilhões (R$ 67,4 bilhões) em 2025.

Ainda não se sabe exatamente qual será a abordagem da SSI. Em uma entrevista no ano passado, Sutskever mencionou que a empresa está explorando uma nova direção, que ele descreveu como “uma nova montanha para escalar”, mas forneceu poucos detalhes adicionais.

Leia também: Musk lança Grok-3 e entra na disputa com DeepSeek e OpenAI

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