Semanalmente, o Banco Central publica o Relatório Focus que analisa os principais indicadores econômicos, como a inflação, o PIB e a taxa de juros
Na manhã desta segunda-feira, 30 de setembro, o Banco Central publicou o Relatório Focus que indicou uma semana de estabilidade do Produto Interno Bruto (PIB) e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal medidor da inflação que manteve tendência de alta após outro aumento na semana passada.
O Relatório Focus, divulgado semanalmente, mostra que o IPCA, considerado o principal medidor de inflação no Brasil, deve atingir 4,37% ao final de 2024. Na semana passada, a previsão também era de 4,37% e, há um mês, de 4,26%.
Já as expectativas para o PIB foram mantidas e assim como a inflação, indicam o mesmo crescimento em comparação à semana passada. As projeções apontam para um aumento de 3% neste ano. Em comparação ao mesmo período do mês passado, a previsão é maior, pois os indicadores mostravam um crescimento de 2,46%.
A balança comercial apresentou um resultado de US$ 81 bilhões, mais um dos indicadores econômicos que apresenta estabilidade em relação à semana anterior. Há um mês, o resultado do relatório apontava US$ 83,5 bilhões.
Para 2025, a previsão do Relatório Focus é que o IPCA suba para 3,97%; na semana passada, a projeção também estava em 3,97%. O PIB também tem uma estimativa de queda para o ano que vem, com um índice de 1,92%, ligeiramente maior.
Relatório Focus prevê estabilidade na Selic e no dólar
Para 2025, O relatório também voltou a indicar uma alta na taxa Selic,a principal taxa de juros do país, cuja previsão era de 11,25% na semana passada, subiu para 11,75% nesta semana. Nos dias 30 e 31 de julho, foi realizada uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que aumentou a taxa Selic para 10,75%. No entanto, a nova tendência é que a taxa de juros suba para 11,50% até o fim do ano.
Também foi revisada a estimativa do preço do dólar que havia se estabilizado na semana anterior e se manteve no mesmo patamar. Nesse cenário, o Banco Central manteve a projeção, estimando o dólar comercializado a R$ 5,40.
Relação entre Selic e Inflação
A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Ela é utilizada como parâmetro para todas as outras taxas de juros praticadas no país, impactando diretamente o custo de empréstimos, financiamentos e investimentos. A Selic é usada pelo governo para controlar a inflação e é um dos principais instrumentos da política monetária.
Ao ajustar a taxa de juros, o Banco Central influencia o consumo e o crédito no país. Quando a inflação está alta, o Copom tende a aumentar a Selic para encarecer o crédito e, assim, desestimular o consumo. Com a demanda menor, os preços tendem a se estabilizar, ajudando a controlar a inflação.
Por outro lado, quando a inflação está baixa e a economia precisa de estímulo, o Banco Central pode reduzir a Selic, tornando o crédito mais barato e incentivando o consumo e os investimentos.
De maneira geral, a Selic atua como um mecanismo de equilíbrio: quando a inflação sobe, a Selic é elevada para conter o aumento dos preços e quando a inflação está controlada, a Selic é reduzida para estimular a economia. Essa interação é fundamental para manter a estabilidade econômica e o poder de compra da população.