O crescimento econômico global tem sido marcado por uma desaceleração nas principais economias desenvolvidas, mas isso não significa que o cenário mundial esteja estagnado. Pelo contrário, países emergentes estão despontando como motores de crescimento, alavancando suas economias por meio de investimentos estratégicos e políticas que favorecem o desenvolvimento sustentável.
Em 2024, países como Índia, Vietnã e Indonésia estão entre as principais economias emergentes que chamam a atenção de investidores e analistas. Estes países adotaram diferentes abordagens, mas compartilham um ponto comum: crescimento baseado em inovação, infraestrutura e integração global.
Veja os países que lideram o crescimento econômico:
Índia: A nova potência asiática
Com uma população de mais de 1,4 bilhão de habitantes, a Índia é uma das economias que mais cresce no mundo. Segundo o Banco Mundial, o crescimento do PIB indiano deve ser de cerca de 6% em 2024, superando economias avançadas como os Estados Unidos e a Zona do Euro. Parte desse sucesso se deve à diversificação da economia, que vai desde a agricultura até o setor de tecnologia da informação, passando por manufatura e serviços financeiros.
A Índia se beneficia de um setor de tecnologia robusto, sendo lar de grandes empresas de TI e startups inovadoras que atraem investimentos internacionais. O governo indiano tem investido fortemente em infraestrutura e inovação, o que tem estimulado ainda mais o crescimento. A campanha “Make in India”, lançada em 2014, continua sendo um dos principais impulsionadores desse desenvolvimento, incentivando a produção local e a criação de empregos qualificados.
O setor de serviços, especialmente o de TI, é um dos motores econômicos do país. Empresas indianas, como Infosys e Tata Consultancy Services, são líderes globais em tecnologia e outsourcing. A pandemia de COVID-19, apesar dos desafios, acelerou a digitalização da economia indiana, ampliando ainda mais a importância desse setor.
Vietnã: A nova fábrica da Ásia
Outro destaque entre as economias emergentes é o Vietnã. Nos últimos anos, o país tem se consolidado como um dos principais polos de produção da Ásia, atraindo empresas que buscam uma alternativa à China para suas cadeias de suprimento. Com uma população jovem, mão de obra barata e políticas favoráveis ao investimento estrangeiro, o Vietnã se tornou uma peça chave no cenário industrial global.
A economia vietnamita cresceu cerca de 8% em 2022, uma das mais altas taxas de crescimento do mundo, e deve continuar a expandir em 2024, ainda que em um ritmo mais moderado. O país tem se beneficiado de uma série de acordos de livre comércio, como o Acordo Integral e Progressivo para a Parceria Transpacífica (CPTPP) e o Acordo de Livre Comércio União Europeia-Vietnã, que abriram mercados para seus produtos manufaturados.
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A localização estratégica do Vietnã, próximo aos grandes centros consumidores da Ásia, também favorece o crescimento das exportações. O país exporta uma ampla gama de produtos, desde eletrônicos até têxteis, sendo um dos principais fornecedores globais de smartphones e equipamentos eletrônicos. Além disso, grandes multinacionais, como Samsung e LG, possuem fábricas no Vietnã, aproveitando os baixos custos de produção e o ambiente de negócios favorável.
Indonésia: Potencial econômico subestimado
A Indonésia é outro país que merece destaque no cenário econômico global. Como a maior economia do Sudeste Asiático, a Indonésia tem uma população de mais de 270 milhões de pessoas e um mercado consumidor interno vibrante. O crescimento do PIB indonésio foi de aproximadamente 5,2% em 2023 e deve continuar nessa faixa em 2024.
Uma das principais forças da economia indonésia é sua abundância de recursos naturais, especialmente petróleo, gás natural e minerais. A economia também é impulsionada por um setor agrícola robusto, com o país sendo um dos maiores produtores de óleo de palma e café do mundo.
Nos últimos anos, o governo da Indonésia tem se concentrado em diversificar sua economia, investindo em infraestrutura e desenvolvimento tecnológico. A construção de novas estradas, portos e aeroportos melhorou significativamente a conectividade interna do país, facilitando o comércio e a mobilidade. Além disso, a Indonésia está se posicionando como um hub para startups tecnológicas na região, com cidades como Jacarta e Bandung emergindo como centros de inovação.
O papel da inovação e da infraestrutura no crescimento
Um fator comum entre esses países emergentes é o foco em inovação e infraestrutura. A Índia, por exemplo, investiu pesado em tecnologia e digitalização, com iniciativas que facilitam o acesso à internet e promovem a inclusão digital. Já o Vietnã e a Indonésia têm apostado em melhorias significativas na infraestrutura física, como estradas, portos e fábricas, o que tem ajudado a atrair investimentos estrangeiros.
Esses países também têm se beneficiado de um ambiente macroeconômico global favorável. Com o aumento dos custos de produção na China, muitas empresas têm buscado alternativas mais baratas, e economias emergentes da Ásia são escolhas naturais. Além disso, acordos de livre comércio, como o CPTPP, têm aberto novos mercados e ampliado o acesso a consumidores internacionais.
Desafios à vista
Apesar das perspectivas promissoras, esses países ainda enfrentam desafios significativos. A Índia, por exemplo, luta contra a desigualdade social e a infraestrutura inadequada em algumas regiões. O Vietnã, embora em crescimento, precisa lidar com questões ambientais e o risco de super dependência de determinados setores de exportação. A Indonésia enfrenta desafios relacionados à governança e à burocracia, que podem dificultar o ritmo de investimentos.
No entanto, com políticas econômicas consistentes e um foco em desenvolvimento sustentável, essas economias emergentes estão bem posicionadas para continuar impulsionando o crescimento global nos próximos anos.