Conheça as cidades brasileiras com melhor qualidade ambiental em 2024

A preservação ambiental vem ganhando destaque no cenário urbano brasileiro, principalmente nas cidades que buscam equilibrar crescimento econômico e qualidade de vida. Em 2024, um estudo realizado pelo Índice de Progresso Social – Brasil (IPS – Brasil) revelou as capitais que se destacam em qualidade ambiental, evidenciando o papel do verde não só como cor, mas como símbolo de esperança e renovação.

Entre as 27 capitais brasileiras, Curitiba, Brasília e Cuiabá aparecem como as cidades com melhor qualidade ambiental. Estes centros urbanos conseguiram, cada um à sua maneira, avançar na gestão de áreas verdes, na redução das emissões de carbono e em políticas de prevenção contra eventos climáticos extremos.

Curitiba: uma cidade referência em ecologia urbana

Curitiba se destaca por suas baixas emissões de carbono, essenciais para combater o efeito estufa | Foto: Reprodução/Canva
Curitiba se destaca por suas baixas emissões de carbono, essenciais para combater o efeito estufa | Foto: Reprodução/Canva

Curitiba, a capital paranaense, conquistou o topo do ranking com uma nota de 78,31 (numa escala de 0 a 100). Conhecida como eco-cidade, a capital é modelo em planejamento urbano sustentável, com 44 parques e praças espalhadas por seu território.

A cidade oferece mais de 60 metros quadrados de áreas verdes por habitante, um número cinco vezes superior ao mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 12 metros quadrados.

Curitiba também se destaca por suas baixas emissões de carbono, essenciais para combater o efeito estufa, além de ser a capital com a menor quantidade de focos de calor entre todas as avaliadas. Esses fatores fazem com que a cidade mantenha índices baixos de vulnerabilidade climática, significando menos exposição a riscos como enchentes e secas.

Brasília: a cidade-parque no coração do Brasil

Na segunda colocação, Brasília obteve 74,91 pontos, reafirmando o compromisso de preservação ambiental que permeia a cidade desde sua fundação. Inspirada no conceito de cidade-jardim, Brasília apresenta áreas verdes que ocupam quase 10% de seu território, o que permite maior absorção de carbono e redução das temperaturas urbanas.

Brasília se posiciona bem em termos de vulnerabilidade climática, sendo considerada a quinta melhor capital para lidar com as mudanças do clima | Foto: Reprodução/Canva

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Brasília se posiciona bem em termos de vulnerabilidade climática, é considerada a quinta melhor capital para lidar com as mudanças do clima | Foto: Reprodução/Canva

Apesar de Brasília ter enfrentado recentemente os efeitos da fumaça vinda de regiões próximas, ela mantém uma taxa de emissões de carbono relativamente baixa, com 2,3 toneladas por habitante ao ano. Este dado contribui para a qualidade do ar e reflete o esforço em manter áreas verdes bem cuidadas e vastas. Brasília também se posiciona bem em termos de vulnerabilidade climática, considerada a quinta melhor capital para lidar com as mudanças do clima.

Cuiabá: natureza e calor no centro-oeste

Com uma pontuação de 74,5, Cuiabá ocupa o terceiro lugar entre as capitais com melhor qualidade ambiental. Embora a cidade esteja em uma região onde as temperaturas costumam ser elevadas, a preservação de áreas naturais e o controle de emissões a destacam no cenário ambiental brasileiro.

A importância do Índice de Progresso Social

O ranking de qualidade ambiental das capitais brasileiras foi construído com base no Índice de Progresso Social – Brasil (IPS-Brasil), uma ferramenta de avaliação multidimensional que usa indicadores como presença de áreas verdes, emissões de carbono, supressão de vegetação nativa e vulnerabilidade climática.

A metodologia foi desenvolvida em colaboração com renomadas instituições internacionais, como Harvard e MIT, e reúne dados de bases oficiais nacionais e internacionais, garantindo uma análise abrangente e confiável.

No Brasil, a aplicação do índice é resultado de uma parceria entre o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Fundação Avina, Centro de Empreendedorismo da Amazônia, Iniciativa Amazônia 2030, Anattá – Pesquisa e Desenvolvimento, e o Social Progress Imperative. Estes parceiros utilizam o IPS para identificar os pontos críticos em qualidade de vida e sustentabilidade ambiental nas capitais brasileiras.

Leia também: Brasil se destaca no G20 como líder em biocombustíveis

Desafios ambientais ainda persistem

Embora o estudo revele aspectos positivos, ele também alerta para os problemas ambientais enfrentados pelo Brasil em 2024. O país registrou recordes de queimadas, principalmente na Amazônia, o que causou uma grave crise ambiental e humanitária. Esse aumento nas queimadas gerou uma densa nuvem de fumaça que se espalhou pelo território nacional, além de ameaçar a biodiversidade e a saúde pública.

As mudanças climáticas também deixaram suas marcas com inundações e chuvas intensas, especialmente no sul do país. O Rio Grande do Sul, por exemplo, enfrentou uma das maiores tragédias climáticas de sua história, com enchentes que causaram inúmeras perdas. Estes eventos extremos reforçam a necessidade de que cidades e governos se mobilizem para reduzir riscos e aumentar a resiliência contra os impactos climáticos.

Porto Velho: um alerta ambiental

Na outra ponta do ranking, Porto Velho aparece como a cidade com pior desempenho em qualidade ambiental. Situada no arco do desmatamento na Amazônia, a capital de Rondônia enfrenta altos índices de emissões de CO2 e um elevado número de focos de calor. As emissões da cidade, cerca de 44 toneladas de CO2 por habitante ao ano, são 27 vezes maiores que as de Curitiba, a capital mais bem colocada.

Além disso, a vulnerabilidade climática em Porto Velho é um indicativo das dificuldades enfrentadas pela cidade, que sofre com a destruição da floresta e com a poluição do ar, amplificando os impactos das mudanças climáticas na saúde pública e no bem-estar da população.

Um Brasil mais verde

Para que o Brasil avance na construção de cidades sustentáveis, é fundamental que os governos municipais e estaduais priorizem políticas de preservação e restauração ambiental. O estudo do IPS-Brasil deixa claro que o desenvolvimento urbano pode, sim, estar alinhado com a conservação ambiental, e que a qualidade de vida nas cidades brasileiras pode ser significativamente melhorada com políticas adequadas.

Curitiba, Brasília e Cuiabá são exemplos de que investir em sustentabilidade urbana é um caminho viável e necessário para melhorar a saúde e o bem-estar da população. A esperança é que, no futuro, mais cidades brasileiras possam integrar o verde em suas práticas urbanas, reduzindo as emissões, aumentando as áreas verdes e enfrentando as mudanças climáticas de forma proativa.

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