Conhecido como o “rei das criptomoedas”, o fundador da corretora que protagonizou um dos maiores colapsos do mercado de criptomoedas foi sentenciado nos EUA.
Em novembro de 2022, o mercado de criptomoedas foi surpreendido por uma série de eventos que resultaram no colapso da FTX, anteriormente a terceira maior corretora do setor. Durante uma corrida para retiradas de fundos e enfrentando o risco de falência, os problemas da empresa e seu fundador vieram à tona, resultando na perda total de fortuna para Sam Bankman-Fried, que antes era um dos mais jovens bilionários do mundo. Ele foi condenado a 25 anos de prisão em 28 de novembro.
Sam Bankman-Fried, o ex-CEO e fundador da FTX, alcançou status de bilionário em tenra idade ao explorar o mercado de criptomoedas para seus empreendimentos. A rápida ascensão da corretora, fundada em 2019, gerou uma fortuna bilionária para Bankman-Fried, que anteriormente havia prometido doar 99% de seus ganhos para caridade.
Contudo, essa promessa de doação agora não será cumprida, pois com o colapso da FTX, na qual Bankman-Fried possuía 53% de participação, o ex-bilionário perdeu tudo e foi detido. A FTX está atualmente envolvida em um processo de falência que dificilmente recompensará os prejuízos bilionários dos investidores, de acordo com o novo CEO.
O caso da corretora
Tudo teve início com uma revelação sobre o balanço da Alameda Research, uma das empresas associadas à FTX. Surgiram preocupações de que a empresa poderia enfrentar dificuldades para honrar os saques em meio a uma potencial crise de mercado.
Essas preocupações surgiram devido ao fato de que 30% do balanço da Alameda Research consistia em FTT, um token emitido pela FTX. Com o risco iminente de uma crise de liquidez, diversos investidores, incluindo a Binance, a maior corretora de criptomoedas do mundo, optaram por liquidar suas posições em FTT, desencadeando o colapso que resultou na FTX bloqueando os saques em sua plataforma.
A vida do ex-bilionário
O CEO da FTX possuía uma fortuna de aproximadamente US$ 15,2 bilhões antes da queda da empresa. Em um único dia, suas perdas totalizaram US$ 14,6 bilhões em novembro de 2022. Com mais de 94% de sua fortuna evaporada de uma só vez, essa foi a maior perda de riqueza já registrada por um bilionário.
Curiosamente, a perda recorde ainda foi menor do que a pretendida pelo ex-bilionário, que chegou a afirmar em diversas ocasiões sua intenção de doar 99% de seu patrimônio para a caridade. Na época, sua fortuna era avaliada em US$ 21 bilhões.
Autodenominado “altruista eficaz”, Sam Bankman-Fried havia prometido realizar doações de grande porte para causas que apoiava. O CEO ficou conhecido como um dos “salvadores” do mercado de criptomoedas, após ter enviado quantias bilionárias para empresas em risco de falência durante o “inverno cripto”, momento de queda na cotação das principais criptomoedas que se estendeu ao longo de 2022.
Ele também foi um dos maiores doadores políticos dos Estados Unidos este ano. Em apoio ao Partido Democrata, Bankman-Fried prometeu gastar até US$ 1 bilhão com candidatos alinhados com a missão de preparar o mundo para futuras pandemias.
No entanto, muitos especularam sobre seu interesse em aprovar regulações de criptomoedas favoráveis à FTX nos Estados Unidos, país com forte influência neste mercado em todo o mundo.
O executivo, que se tornou bilionário antes dos 30 anos, passou de um dos queridinhos do Congresso americano para o protagonista de um dos maiores colapsos do mercado de criptomoedas.