Levantamento aponta que todas as gerações apresentam semelhanças e baixa rejeição às carteiras digitais
O estudo “Gerações”, desenvolvido pela Croma Consultoria, parte do Grupo Croma, revelou que seis em cada dez brasileiros já possuem e pretendem manter o uso das carteiras digitais. Isso quer dizer que há uma semelhança crescente entre todas as gerações quanto ao uso desse método de pagamento; ocorre uma disparidade quanto às instituições financeiras nas quais se concentram as finanças no futuro; mesmo assim, o hiato é cada vez menor.
Com o tempo, será cada vez mais comum uma tendência à uniformização dos padrões tecnológicos, levando a uma maior conformidade entre as diversas tecnologias disponíveis. Mesmo os bancos tradicionais entraram nesse páreo, contra fintechs e bancos digitais, após a criação do PIX pelo Banco Central, em 2018; a automação agiliza processos e é uma maneira de usar a tecnologia para conquistar novamente uma fatia do mercado que esteve em debandada.
Cristiano Maschio, especialista em pagamentos e CEO da fintech Qesh, diz que a tecnologia permitiu a equiparação entre o novo e o tradicional: “O pix pode ser visto como uma tentativa das instituições tradicionais para alcançar as fintechs. Estas, durante algum tempo, estiveram à frente do mercado, devido às facilidades oferecidas aos seus clientes. Os bancos perceberam que trabalhar para facilitar processos, como o pagamento instantâneo, é uma boa saída para ganhar espaço e cooptar para si mais clientes”.
Para o fundador do Grupo Croma e idealizador do estudo, Edmar Bulla, as gerações apresentam comportamentos específicos, mas, no caso das finanças e no uso de suas ferramentas digitais, todas elas compartilham semelhanças: “As disparidades apresentadas nos comportamentos dos indivíduos conforme a geração a que pertencem parecem se atenuar quanto ao uso da carteira digital e na concentração de finanças no futuro”.
58% dos entrevistados usam e pretendem continuar usando carteiras digitais, enquanto somente 8% não as têm e nem pretendem possuir uma. A maior adoção desse método de pagamento é a tendência do comportamento para o futuro próximo.
Carteiras digitais para todas as gerações
De modo geral, todas as gerações a possuem de maneira semelhante e apresentam baixa rejeição às carteiras virtuais. A geração Z e os Baby Boomers se assemelham quanto ao uso da ferramenta, que representa 56% de cada uma; enquanto 60% da geração Y utilizam, sendo a que tem mais preferência por esse recurso; já 54% da geração X utilizam carteiras digitais e pretendem continuar utilizando.
Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, afirma que a adesão por meios digitais pela população atinge todas as pessoas devido à facilidade que o processo oferece ao usuário: “O resultado é um reflexo da digitalização e modernização dos serviços financeiros que atinge todas as gerações. Muitos estão optando pelos aplicativos por causa da agilidade, segurança e sustentabilidade”.
Nubank, Inter, C6, Original são exemplos do tipo de bancos digitais nos quais a população acredita que as finanças no futuro estarão concentradas, representando 62% dos brasileiros. Dentro de cada geração, 69% da geração Z apresenta preferência por bancos digitais; 65% da geração Y prefere esse tipo de instituição; 54% da geração X; e 46% dos Baby Boomers são adeptos a esses bancos, mostrando que as gerações mais experientes também estão se adaptando a novas tecnologias.
Quanto às instituições físicas, como Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Santander, Caixa Econômica, entre outras, as gerações Z e Y são as que menos pretendem concentrar suas finanças no futuro, com 19% e 25% respectivamente. Enquanto a geração X e Baby Boomers são as que mais pretendem fazer uso desses bancos, com 54% e 46%. “Existe uma tendência a adotar o uso das carteiras digitais e, além disso, uma preferência pelas instituições financeiras digitais”, afirma Edmar Bulla.
Investimento em cibersegurança
Atualmente os bancos investem 10% do seu orçamento de tecnologia da informação em cibersegurança. Valor que pode ser estimado em cerca de R$2,5 bilhões, conforme dados da pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, divulgada em 2022.
Leticia Murakawa, CRO da keeggo, afirma que “a cibersegurança talvez seja a maior discussão do mercado financeiro para 2024, devido ao aumento das ameaças digitais e o avanço da sofisticação dos ataques cibernéticos. Com a expansão das transações online, serviços financeiros móveis e adoção de tecnologias emergentes, as instituições se tornam alvos atrativos para hackers, tornando-se essencial a busca de medidas rigorosas para garantir a integridade dos clientes e a segurança do setor financeiro”.