O mercado financeiro está de olho na decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que deve anunciar a manutenção da Selic em 10,50% ao ano nesta quarta-feira (31). Com isso, investidores já estão se antecipando e ajustando suas estratégias de investimento.
Renda fixa
Títulos públicos: apesar dos juros ainda altos, o Tesouro Selic permanece relevante, mas a preferência está mudando para títulos atrelados à inflação (NTN-Bs) e prefixados. Marco Bismarchi, da TAG Investimentos, recomenda NTN-Bs com vencimento em 2032, e a XP sugere títulos com duração de 6 anos.
Títulos prefixados: Ricardo Nunes, da Paramis Capital, aponta que a precificação atual considera um aumento na Selic, algo que a empresa não espera. A Galapagos Capital está focada em prefixados curtos, até janeiro de 2026.
Crédito privado: Analistas sugerem cautela com debêntures, preferindo esperar taxas mais altas para papéis de maior qualidade. Setores como saneamento e energia são vistos com bons olhos, enquanto imobiliárias e empresas de consumo são consideradas mais arriscadas devido à alta dos juros.
Ações
O Ibovespa está se recuperando, e Renato Nobile, da Buena Vista Capital, vê ações atrativas em preço. Ele destaca oportunidades em setores como saneamento básico, shopping centers, energia, telecomunicações e bancos. Monica Araújo, da InvestSmart, sugere investir em setores mais resilientes devido ao cenário doméstico desafiador.
Investimentos no exterior
Nos Estados Unidos, a renda fixa continua atraente, com expectativas de cortes nos juros em setembro. Igor Campos, da Gauss Capital afirma que operamos a curva americana como um todo, principalmente alongando duration (prazo médio de recebimento dos fluxos de um título). No mercado de ações, empresas de tecnologia como Meta e Alphabet são destaques devido ao seu crescimento e ROI (retorno sobre investimento).
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Fundos de crédito e multimercados
Fundos de crédito privado são uma boa aposta durante este período de Selic elevada, apesar dos spreads menores. Especialistas também recomendam manter uma alocação em multimercados devido à agilidade dos gestores para alocar recursos.
Fundos Imobiliários (FIIs)
Embora os FIIs tenham sofrido este ano, André Freitas, da Est Gestão de Patrimônio, sugere investir em um mix de fundos de tijolos e de papel para incrementar os retornos. Catherine Cruz, da Integrity Wealth Management, vê oportunidades em FIIs descontados, mas destaca a importância da paciência ao investir nesse mercado.
Com a provável manutenção da Selic em 10,50% ao ano, os investidores devem revisar suas carteiras e considerar as recomendações dos especialistas para aproveitar as melhores oportunidades em renda fixa, ações, investimentos no exterior, fundos de crédito e FIIs.