Dívidas permanecem estáveis em 78,8%, embora percentual de famílias com contas em atraso tenha sofrido aumento
Em junho de 2024, o número de brasileiros endividados permaneceu estável em 78,8%, o mesmo registrado no mês anterior, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da CNC. Isso indica que a demanda por crédito se estabilizou, com muitas famílias mostrando cautela para evitar acumular novas dívidas.
A crise climática no Rio Grande do Sul teve impacto significativo nos dados, elevando ligeiramente o índice nacional de inadimplência devido à necessidade das famílias gaúchas de financiarem a reconstrução de suas vidas após os eventos adversos.
Embora o percentual de famílias com contas em atraso tenha aumentado para 28,8%, houve uma redução nas que se consideram “muito endividadas” e um aumento naquelas que se veem como “pouco endividadas”.
No entanto, as famílias estão enfrentando atrasos mais longos para pagar suas dívidas, o que reflete uma certa dificuldade em honrar compromissos financeiros e contribui para um ambiente mais cauteloso em relação a novos financiamentos.
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Quais os principais motivos para as dívidas?
O cartão de crédito continua sendo o principal responsável pelo endividamento, utilizado por 86,4% dos devedores, embora sua participação tenha diminuído um pouco em relação ao ano anterior. Por outro lado, o financiamento imobiliário registrou o maior crescimento anual, indicando uma preferência por créditos com juros mais acessíveis.
Em termos de gênero, o endividamento entre as mulheres aumentou ligeiramente, enquanto entre os homens houve uma redução marginal, mas ambos apresentaram aumento nas contas em atraso.
Esses dados destacam um cenário de estabilidade no endividamento das famílias brasileiras, com um perfil variado de uso de crédito e uma preocupação crescente com a gestão financeira pessoal em meio a desafios econômicos e ambientais.