Entre os eletroeletrônicos, o smartphone segue como a categoria com maior queda de preço (-11,7%) e eletrodomésticos têm alta de 4,3%
Os preços dos produtos eletroeletrônicos vendidos no e-commerce brasileiro tiveram uma queda anual de 5,3% em junho de 2024, de acordo com o Índice de Preços Fipe/Buscapé.
A pesquisa, que monitora 47 categorias de eletroeletrônicos e mais de 2 milhões de preços continuamente, com informações do principal comparador de preços do país, o Buscapé, mostra que a tendência de redução nas quedas anuais de preços se mantém, sendo a menor dos últimos 14 meses.
A queda mensal de -0,20% nos preços de eletroeletrônicos, verificada em junho de 2024, reforça o cenário de deflação do segmento que, de acordo com a série de 30 meses do Índice Fipe/Buscapé, teve aumentos de preços somente em 5 meses.
Panorama global do setor de eletroeletrônicos
Para Sérgio Crispim, pesquisador da Fipe, essas consecutivas quedas são reflexo do panorama global do setor. “A grande escala de produção, orientada para o mercado global, os diversos lançamentos impulsionados por intensa inovação e a forte concorrência são fatores que justificam a tendência de queda em diversas categorias de produtos”.
Ainda segundo o professor, as categorias ar-condicionado e ventilador foram as únicas que apresentaram aumento médio de preços em junho.
No caso do ar-condicionado, o aumento está associado a um desequilíbrio entre oferta e demanda, acentuado pelo calor atípico e por problemas logísticos em Manaus no último quadrimestre de 2023, com um pico de 7,4% em dezembro, seguido por variações mensais decrescentes, conforme ilustra o gráfico 4.
Em janeiro de 2024, houve um pico de variação anual dos aparelhos de ar-condicionado de 25,7% e, nos últimos 6 meses terminados em junho de 2024, a variação está estabilizada em torno de 15,9%, o que é bastante elevado considerando-se que a média da variação anual do índice de eletroeletrônicos no período foi de -6,7%.
Smartphones seguem como a categoria com maior queda
Os grupos de produtos que tiveram as maiores quedas anuais de preços em junho de 2024 foram celulares (-11,8%), informática (-9,0%) e áudio e vídeo (-6,1%).
O único grupo que teve aumento de preços foi eletrodomésticos (4,3%), influenciado principalmente pelos preços de aparelhos de ar-condicionado, que tiveram um aumento anual de 15,9%, enquanto as outras três categorias que compõem o grupo tiveram queda: lavadora de roupa (-2,6%), geladeira (-0,03%) e fogão (-0,14%).
Para Francisco Donato, superintendente executivo da Mosaico no Banco PAN, empresa detentora das marcas Buscapé e Zoom, os lançamentos e o olhar competitivo entre as marcas propiciam o cenário de deflação observado.
“O varejo é um mercado extremamente competitivo e exige das marcas e lojistas estratégias diversificadas, visando fidelização do público, melhores condições e custo-benefício. Os dispositivos portáteis, como smartphones e tablets, são um exemplo desta corrida pela inovação”, afirma.
Ele também cita que a democratização dos equipamentos é parte importante deste processo. “Constantemente, os lançamentos oferecem adaptações mais convenientes para os consumidores e, com maior demanda e produção em grande escala, há o barateamento e a democratização do acesso a esses equipamentos”, analisa o executivo.