Uma recente pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, revela um cenário preocupante: 53% dos brasileiros inadimplentes gastam mais do que suas finanças pessoais permitem, enquanto 46% não conseguem resistir ao impulso de comprar produtos.
O estudo entrevistou brasileiros que possuem contas atrasadas há pelo menos três meses e apontou que 40% dos consumidores criaram dívidas por não controlarem seus gastos. Esses dados sublinham um problema significativo na gestão financeira pessoal no Brasil.
Falta de controle financeiro
De acordo com Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, a compra por impulso é um erro crucial no orçamento do consumidor, pois não leva em conta suas dívidas. “A falta de conscientização das finanças na realidade do brasileiro abre brechas para gastos desnecessários. Anotar os gastos e destacar as prioridades auxilia não apenas o detentor do dinheiro, mas todos ao redor”, avalia Lamounier.
O levantamento também mostrou que 35% dos inadimplentes entrevistados admitiram não realizar controle financeiro de seu orçamento, e 21% afirmaram fazer a gestão das finanças mentalmente. Em contraste, 65% dos entrevistados têm o hábito de controlar seus gastos, seja mediante a anotações (32%) ou por meio de uma planilha virtual (18%).
Principais itens geridos
Os itens mais geridos pelos brasileiros são:
- Despesas comuns: 87%
- Rendimentos: 84%
- Prestações de contas não quitadas: 78%
- Despesas não essenciais: 63%
“Identificar os pontos de melhoria, analisar o mercado e traçar os seus objetivos é o básico para o planejamento financeiro. Assim, o consumidor estará preparado para longos períodos e evitará endividamentos”, afirma Lamounier.
Ou seja, anotar os gastos, definir prioridades e utilizar ferramentas de controle financeiro são passos essenciais para manter as finanças em ordem e evitar problemas futuros.
Em um cenário onde a inadimplência é alta, a conscientização e a prática de uma gestão financeira responsável são cruciais para garantir a estabilidade econômica dos consumidores brasileiros.