De acordo com o Serasa, esse é o maior número registrado no Brasil nos últimos 20 anos
O Brasil registrou 1.104 pedidos de recuperação judicial (RJ) nos seis primeiros meses do ano, um aumento de 71% em relação ao mesmo período do ano passado. As incertezas econômicas têm sido um fator influente no crescente número de empresas que recorrem às RJs.
As micro e pequenas empresas lideram o ranking, com 713 pedidos, seguidas pelas empresas de médio e grande porte, conforme dados do Serasa Experian.
O que é Recuperação Judicial?
A Recuperação Judicial é um recurso comumente utilizado por empresas para evitar a falência. O processo permite que as companhias suspendam ou renegociem parte das dívidas acumuladas durante um período de crise, evitando o encerramento das atividades, demissões em massa e inadimplência.
O objetivo principal é apresentar um plano de recuperação viável, que demonstre aos credores que a empresa tem condições de se reerguer, caso consiga renegociar suas dívidas.
Uma das maiores vantagens da aprovação do plano de recuperação é a suspensão da maioria dos débitos da empresa. Isso significa que o pagamento aos credores é adiado ou suspenso, permitindo que a empresa concentre seus recursos no pagamento de funcionários, tributos e matérias-primas, essenciais para o funcionamento do negócio.
Recuperação Judicial no Brasil
Com dívidas na casa dos R$ 155 milhões, a gaúcha Fasolo, fabricante de artigos de couro de Bento Gonçalves, teve seu pedido de recuperação judicial autorizado pela Justiça. A empresa, fundada em 1917, gerava mais de 200 empregos diretos, mas quase zerou o caixa durante o mês de enchente no Rio Grande do Sul.
Já a Santa Casa de Araçatuba, localizada no interior de São Paulo, possui mais de R$ 250 milhões em dívidas e precisou recorrer à RJ para manter os mais de 1,7 mil empregos e os 320 mil procedimentos que realiza por ano.