Segundo Alexandre Barreto de Souza, superintendente-geral do Cade, a operação não prejudicará a concorrência no setor
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão federal responsável por regular a concorrência entre empresas, aprovou sem restrições na última quarta-feira, 6 de agosto, a compra de 15% das ações da Sabesp pela Equatorial Energia, holding que atua nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, saneamento básico e telecomunicações.
Com um investimento de R$ 6,8 bilhões, a Equatorial foi a única empresa que apresentou uma oferta para ser a acionista estratégica da Sabesp. Sendo assim, a empresa poderá escolher o presidente e indicar conselheiros para a companhia de saneamento.
Compra de ações da Sabesp não caracteriza monopólio
Alexandre Barreto de Souza, superintendente-geral do Cade, entende que essa decisão não irá prejudicar o ambiente concorrencial, dado que juntas as duas empresas representam menos de 50% do mercado nacional de saneamento.
Além disso, Barreto avaliou que a cláusula de não concorrência do acordo de investimentos, descrito no contrato de privatização da Sabesp, que entrou em vigor no dia 23 de julho, segue a jurisprudência do Cade.
Valor arrecadado
O Estado de São Paulo já arrecadou mais de R$ 14,7 bilhões com a venda de ações da Sabesp, que estavam sendo ofertadas a R$ 67 por papel, marcando a privatização da principal companhia de saneamento e fornecimento de água do país.
No total, mais de 17,5 mil investidores pessoas físicas participaram da operação, por meio da compra de 21.876.433 ações da empresa. Além disso, a oferta contou com 390 investidores estrangeiros que adquiriram 43.292.772 ações e 1.007 fundos de investimento que compraram 38.492.273 papéis.